As declarações do diretor executivo da Geap Saúde, Roberto Sérgio Fontenele Candido, que acusou os médicos, assim como os hospitais, de roubarem os planos de saúde ao superfaturarem contratos, pode parar na Justiça. A Associação Médica Brasileira (AMB) notificou extrajudicialmente Fontenele para cobrar explicações. Para a AMB, as afirmações são gravíssimas.
“É muito grave acusar toda uma classe profissional, colocando em dúvida a honestidade de profissionais sérios e trabalhadores”, ressalta a AMB em nota. A entidade quer saber se existem realmente fatos que comprovem as denúncias e casos ocorridos. “A AMB está disposta a cobrar na Justiça que o diretor diga, claramente, quem são essas pessoas e a quem se refere”, ressalta. Na avaliação do presidente da associação, Lincoln Lopes Ferreira, é preciso esclarecer as declarações para que não pairem dúvidas sobre os fatos. “Não podemos aceitar a generalização num caso como esse” afirma.
A associação de médicos destaca ainda: “Na condição de entidade representativa dos médicos em âmbito nacional, e diante da gravidade das afirmações que ofende a toda uma categoria profissional, a AMB enviou notificação extrajudicial ao diretor executivo da Geap”. A entidade cobra que Fontenele especifique quais médicos e hospitais se refere quando diz que eles roubam e especifique se as condutas apontadas seriam generalizadas ou estariam restritas, temporal ou geograficamente, a algum contexto específico.
As declarações de Fontenele foram feitas em recente encontro com gerentes da Geap. Em áudio ao qual o Blog teve acesso, com duração de 16 minutos, o diretor da operadora de plano de saúde diz que, “quem quer trabalhar com a gente, vai trabalhar sem roubo, porque hospital também rouba. E rouba muito. Médico rouba muito”. Os supostos roubos se dariam por meio de superfaturamento de preços de serviços e de procedimentos médicos, os quais, por vezes, não seriam nem ao menos prestados pelos profissionais.
Fonte: Correio Braziliense