A falta de médicos é um problema comum no Tocantins. A reclamação é a mesma no Hospital Geral de Palmas (HGP), Hospital e Maternidade Dona Regina, nas unidades de pronto atendimento e também nos postos de saúde de todo estado. Um levantamento do Conselho Federal de Medicina mostra que o estado tem menos de dois profissionais para cada mil habitantes: a média é de 1,67.
“Falta médico. Na hora que chega, já dizem que saiu ou tá no horário de descanso, de almoço”, reclamou uma mulher. “Na sala que foi marcada não tem ninguém há uns 15 minutos, inclusive a médica. Então, a gente não encontra os médicos pelos corredores e nem nos consultórios”, disse a fisioterapeuta Camila Custodio.
Segundo o levantamento, o Tocantins lidera a média da região norte do país, mas a quantidade é inferior à nacional, de 2,18 profissionais para cada mil habitantes. São pouco mais de 2,5 mil médicos para uma população com 1,5 milhões de pessoas.
“Na sua distribuição pelo território do estado tem espaços vazios e há forte concentração em outros. Por exemplo, 43% dos médicos estão sediados em Palmas. Quem paga o ônus dessa história é a população, que aparentemente é mal assistida pelo médico, mas não é pelo profissional, é pelo sistema”, disse o diretor do conselho regional de medicina Eduardo Braga.
A situação é pior no interior do estado. No hospital de Dianópolis, por exemplo, faltam especialistas e estrutura para o atendimento. “É uma região que cobre 15 municípios, um hospital que está com as instalações deficitárias, deficiência de médicos. Não tem o suficiente para fazer as suas escalas e os pacientes vêm para Palmas”, disse.
Na maior maternidade da região sul, em Gurupi, as grávidas sofrem com a falta de obstetras. “As enfermeiras estão fazendo os partos, estão ajudando no corredor. Elas que estão ajudando as mães a darem a luz porque não tem médico”, afirmou a dona de casa Solange Alves.
inda segundo o levantamento, menos da metade dos médicos no Tocantins é especialistas (48,7%). Pediatria e cirurgia geral são as especialidades com mais profissionais, 188 cada uma, em todo estado. Os outros 51,3% dos médicos são clínicos gerais.
Fonte: G1
Foto: Loise Maria/Defensoria