Quase 60 mil mulheres receberão o diagnóstico de câncer de mama em 2018, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer divulgados no início deste ano. Ainda segundo o órgão, a Região Norte é a única do país onde as taxas dos cânceres de mama e do colo do útero se equivalem entre as mulheres. Em Rondônia, em 2016, mais de 200 mulheres foram diagnosticadas com a doença.O Dia Internacional da Mulher, comemorado nessa quinta-feira (8), além de celebrar vitórias, serve também para pedir maior atenção à saúde da população feminina. Para a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), grande parte dessas mulheres diagnosticadas com a doença terá no SUS a única via para conseguir tratamento, sendo submetida a um sistema ineficiente e capaz de tornar o enfrentamento da doença ainda mais desgastante e traumatizante.
O câncer de mama é responsável por 14.206 óbitos anuais, segundo dados do Inca de 2013. Por esse motivo, a Femama alerta que a cada ano, a economia brasileira deixa de movimentar aproximadamente R$ 2.059.870.000, gerando recuo da produtividade para o país. Esses dados são de um estudo recente que mediu as perdas financeiras na economia provocadas pela morte por câncer de mulheres economicamente ativas.
A Federação afirma ainda que a pesquisa publicada recentemente no periódico “Cancer Research Epidemiology” concluiu que cada morte feminina em decorrência de câncer gera uma perda média de R$ 145 mil à economia brasileira. Considerando as 14.206 mortes anuais de mulheres por câncer de mama no Brasil, mais de R$ 2 bilhões deixam de ser injetados na economia brasileira.
O cálculo do estudo considera a renda média das profissionais, quantos anos deixaram de ser trabalhados e com quanto elas poderiam ter contribuído economicamente por meio de salário e emprego até o final da carreira.
Com relação aos problemas enfrentados pelas mulheres em tratamento contra o câncer de mama da rede pública de saúde, a mastologista Maira Caleffi, presidente da Femama, destaca o caso da incorporação do trastuzumabe, medicamento que revolucionou o tratamento do câncer de mama metastático, estágio mais avançado da patologia, no SUS. “Desde 29 de janeiro, ele deveria ser ofertado pelo SUS em todo o país. Porém, em diversos estados já recebemos denúncias de que não estará disponível pelo menos até abril. Ou seja, enquanto isso, mulheres não recebem tratamento para sua doença e precisam conviver com a incerteza de não saber quando poderão recebê-lo”, atesta.
Sobre a demora do tratamento, alerta a Femama, dados do Observatório da Oncologia apontam que o valor do tratamento do câncer de mama em estágio inicial é de R$ 11.373 por paciente com câncer de mama pré-menopausa e R$ 49.488 nos casos pós-menopausa. Nas fases mais avançadas (estadiamento III), esses números chegam a R$ 55.125 (pré-menopausa) e R$ 93.241 (pós-menopausa).
“Prevenir, diagnosticar precocemente e tratar: esse é o tripé de uma assistência médica digna. Por isso, aproveitamos o Dia Internacional da Mulher para falar da saúde da população feminina de todo o Brasil: unindo forças entre o terceiro setor e o poder público, podemos salvar milhares de vidas”, conclui a mastologista.
Fonte: Rondonia Agora
Foto: Edmed