O Hospital Florianópolis começou a ser gerido pelo Instituto Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) nesta segunda-feira, 26 de fevereiro. O contrato é emergencial por seis meses, segundo o instituto.
No domingo (25) foi o último dia de trabalho da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que teve o contrato rompido pelo estado em decisão unilateral após registrar problemas reincidentes, como falta de materiais básicos para a limpeza, medicamentos, suspensão de cirurgias e atraso nos salários dos funcionários. Em nota, a SPDM disse que não teve direito ao contraditório e à ampla defesa.
Na manhã de ontem, atendiam no local dois médicos clínicos gerais e um pediatra. No entanto, por falta de materiais e remédios, apenas os pacientes com casos urgentes foram atendidos.
Em nota, o Ideas diz que tem “o compromisso de colocar a unidade hospital em pleno funcionamento o mais rápido possível”. O instituto ainda informou que realiza um levantamento geral de toda a situação da unidade com uma equipe técnica.
Segundo a NSC TV, a unidade informou que os primeiros funcionários administrativos do Ideas chegam nesta manhã e devem participar de uma reunião, para dar andamento a gestão da unidade.
Na noite de sexta (23), a SPDM recebeu a notificação da Secretaria de Estado da Saúde, que informava a rescisão unilateral. A secretaria disse que o rompimento tem como motivo o descumprimento do contrato por parte da empresa, mas não passou mais informações. No sábado (24), a SPDM começou a desocupar o hospital.
A SPDM fazia a gestão do Hospital Florianópolis desde 2014. Os 600 funcionários da unidade começaram a ser demitidos na sexta para nova recontratação, com a nova empresa.
Último dia de gestão
No domingo, o movimento já era pequeno na unidade à tarde. “Em um dia como hoje, normalmente, a emergência estaria lotada, mas como o hospital está sem medicamentos, sem materiais, faltam toalhas para secar as mãos, copos para dar medicação e outros, a população procura outras unidades”, explicou a diretora de relações intersindicais do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (SindSaúde) Edileuza Garcia Fortuna.
Por causa das dificuldades para trabalhar, um funcionário chegou a fazer um boletim de ocorrência na Polícia Civil, em nome dos médicos enfermeiros e dos técnicos em enfermagem. Ele alegava que o atendimento estava comprometido pela falta de funcionários, insumos e medicamentos.
Funcionários chegaram a reclamar da retirada de documentos da unidade, mas no domingo, vários profissionais afirmaram à NSC TV que o material levado do hospital não prejudica o funcionamento, já que são protocolos de atendimento que cada administração costuma elaborar para a própria instituição.
Outro lado
Em nota, a SPDM disse que o estado atrasou os pagamentos e que recebeu, por exemplo, o repasse de janeiro referente ao Hospital Florianópolis de forma parcial, no dia 7 de fevereiro, e que esse valor foi suficiente apenas para pagar os salários dos profissionais.
Disse ainda que tem dívidas de R$ 5,6 milhões e que o abastecimento do Hospital Florianópolis foi feito pela SPDM com dinheiro conseguido por meio de empréstimo. Afirmou também que essa situação foi relatada ao estado de forma constante e que sempre cumpriu as metas estipuladas em contrato.
Fonte: G1
Foto: Marco Favero / Agencia RBS