O contrato de trabalho dos 15 médicos plantonistas de Pediatria que atentem na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona norte serão encerrados no fim de janeiro e, até o momento, a Prefeitura não sabe dizer se os mesmos serão prorrogados ou renovados. O assunto foi um dos temas principais tratados na reunião entre o prefeito José Crespo (DEM) e médicos da rede municipal de saúde, realizada na noite da última terça-feira, dia 9.
De acordo com Eduardo Vieira, presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba e Região (Simesul) — órgão que teve representantes participando do encontro — o chefe do Executivo expôs, aos 19 pediatras plantonistas que atuam na UPH da zona oeste, a “possível” necessidade de terem que se dividir em plantões entre as duas unidades. Segundo Vieira, Crespo ainda teria levantado a hipótese de que clínicos gerais, que atuam nos plantões, também atendessem crianças. “Isso não é certo. E uma equipe cobrir duas unidades não é possível”, argumentou o presidente.
Questionada sobre a situação do fim dos contratos dos médicos da zona norte — que, ao contrário dos que atuam na zona oeste, não são concursados, mas admitidos via CLT –, a Prefeitura informou que está estudando e analisando a melhor decisão a ser tomada, sem negar ou confirmar as possibilidades de prorrogação, recontratação ou a divisão da equipe da UPH zona oeste em duas.
A administração municipal também se esquivou de responder se o prefeito José Crespo realmente pensa em colocar os clínicos gerais para atender as crianças. Diante da pergunta, a resposta enviada, via e-mail, informou que “a reunião ocorrida na terça-feira (9), na UPH zona oeste, teve como objetivo a aproximação do prefeito José Crespo com a área da saúde. O prefeito teve a oportunidade de ouvir a classe médica sobre as sugestões de melhorias que podem ser realizadas nas unidades de urgência e emergência”.
Terceirização
Ainda que o assunto principal da reunião, segundo o Simesul e a Prefeitura, não tenha sido a terceirização, o presidente do sindicato dos médicos considera que a situação exposta acaba trazendo o tema à tona. “A rede precisa de mais pediatras e para isso precisa realizar concurso público. Há necessidade de repor as escalas. Desde 2013 não há contratação”, aponta Vieira. Na visão dele, a “falta de interesse” dos médicos de aceitar se dividir em plantões em duas unidades ou de até atender fora de sua especialidade pode ser usada como argumento, pela administração, em prol da terceirização dos atendimentos de emergência da saúde municipal — medida já anunciada pelo prefeito José Crespo. “A terceirização é muito ruim pois precariza a mão de obra. Os concursados têm experiência em pronto socorro.”
Fonte: Jornal Cruzeiro
Foto: Erick Pinheiro/ Arquivo JCS