Assembleia realizada no final da tarde desta quinta-feira oficializou o fim da greve dos servidores das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Florianópolis, que estavam paralisados parcialmente desde o dia 11 de dezembro de 2017. Os trabalhadores das UPAs Sul, no bairro Rio Tavares, e Norte, na praia de Canasvieiras, retomam o atendimento normal desde as 19h desta quinta. Por maioria, os servidores das unidades de saúde, do Samu e da assistência social consideraram uma vitória do movimento o que chamaram de recuo da Prefeitura da Capital na intenção de aumentar os plantões da categoria para 18 jornadas de 12 diárias por mês.
O secretário de Saúde da Capital, Carlos Alberto Justo da Silva, conhecido como Paraná, disse acreditar que os dias de greve de parte da categoria serviram para avançar nas conversas entre as partes. Ele entende que agora a questão do número de plantões terá que ser melhor discutida na Câmara, para que tanto a prefeitura como os trabalhadores busquem um consenso.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a prefeitura se comprometeu a retirar a comunicação interna que determinava os 18 plantões, e aplicar a escala de 11 plantões mais um de sobreaviso – remunerada, caso o trabalhador seja acionado. O sindicato também afirma que obteve a garantia de não punição dos trabalhadores e da retirada do projeto de lei complementar enviado à Câmara de Vereadores no ano passado que regulamentava os plantões em 18.
— Conseguimos impedir a aprovação da jornada na Câmara já no ano passado, e agora conquistamos a retirada da essência do projeto em si. Isso mostra que a prefeitura não pode tomar decisões unilaterais, como vinha fazendo, mas deve debater com os próprios trabalhadores ao invés de impor medidas que afetam tanto a saúde dos trabalhadores quanto o atendimento à população — afirmou o presidente do Sintrasem, Renê Munaro.
Munaro acredita que a mobilização conseguiu barrar a contratação de médicos terceirizados, além de derrubar a discussão sobre a contratação de uma organização social (OS) para gerir as UPAs. Agora, o Sintrasem busca articular outra versão para o Projeto de Lei Complementar (PLC) 1.686/17, que tentava aumentar o número de plantões da categoria, e deve ser retirado da pauta na Câmara de Vereadores para substituição do trecho que falava do aumento das jornadas de 12 horas diárias.
— A jornada aceita pela categoria nesta quinta-feira têm validade até 31 de março, quando espera-se que o regime de plantões já tenha sido aprovado na Câmara — expõe Munaro.
Fonte: Diário Catarinense
Foto: Du Campeche