Uma mulher filmou um corredor lotado de pacientes no setor de pronto atendimento do Hospital Geral de Roraima (HGR), o maior do estado, na madrugada desse domingo (21). O vídeo foi postado no Facebook por volta das 1h40 e já teve quase 700 compartilhamentos.
“Estou nesse HGR onde só tem um médico para atender tudo isso aqui. Já são 1h15 e só vai ter [mais] médicos às 7h”, explicou a denunciante, mostrando dezenas de pessoas em uma fila aguardando atendimento.
Em nota enviada ao G1, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) disse que o movimento no Pronto Socorro é imprevisível e que no momento da filmagem dois médicos revezavam os atendimentos.
A gravação feita dentro do hospital mostra vários pacientes aguardando atendimento médico e até uma jovem gritando de dor em cima de uma maca no corredor da unidade.
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A denunciante mostra no vídeo que o pronto atendimento tem quatro consultórios, mas na madrugada de domingo, apenas dois estavam abertos e sem profissionais atuando no momento do registro.
“A mulher ‘tá ali’, gritando querendo ser atendida e não tem o médico”, explicou na filmagem que repercutiu na web e gerou críticas de internautas ao hospital. Até às 13h30h (hora local), os vídeos tinham mais de 38 mil visualizações no Facebook.
Nas imagens é possível ver a autora da gravação indo até a administração do HGR e tentando abrir a porta, mas o setor estava fechado.
“Isso é uma vergonha, né? É um absurdo. Eu queria ver os políticos vindo aqui esse horário com dor igual todos que estão aqui”, comenta a mulher.
A mulher finaliza a filmagem afirmando que não sabia o horário que ela seria atendida. “Boa noite pra vocês que tem dinheiro, porque a gente que não tem, sabe Deus qual vai ser o horário que a gente vai sair daqui”, complementou.
Segundo a publicação na rede social, a internauta que gravou o vídeo pediu emprestado o celular de uma adolescente de 16 anos que também aguardava atendimento. A fimagem foi postada na rede social da garota.
Ao G1, ela contou que teve um derrame e está com metade do rosto paralisado. Em razão disso, a garota esteve no hospital.
Por telefone, ela contou que chegou ao hospital por volta das 21h de sábado (20) e só foi atendida quase 2h da madrugada de domingo, depois de 5 horas de espera.
“Fui com meu pai e minha irmã. Mas pelo o que vivi naquele hospital, não desejo a ninguém”, comentou a adolescente.
Segundo ela, a mulher pediu o telefone dela para flagrar o descaso porque que não tinha celular no momento.
“Ela também pediu pra que eu postasse. Como eu também estava doente e agoniada com a situação, postei”, explicou.
Veja a nota da Sesau na íntegra:
A Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) esclarece que normalmente cinco médicos estão à disposição no Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima para atender a população, no entanto, durante a madrugada, em função da demanda geralmente reduzida, dois médicos se revezam no atendimento.
Por ser um serviço de urgência, a demanda é imprevisível, por isso tanto o segundo médico quanto um médico da retaguarda devem ficar de prontidão e neste caso, deveriam ter sido acionados, considerando o fluxo de pacientes fora do volume habitual.
A direção da unidade lamenta o ocorrido e está apurando as causas da demora na resposta em tempo oportuno, para que situações como essa não se repitam. Por fim, informamos que na manhã do domingo (21) o atendimento já estava regularizado e com o fluxo dentro da normalidade.
Fonte: G1