Como resultado de contínuas insatisfações, começou nesta segunda-feira (15) a paralisação das atividades dos médicos no Hospital Municipal João Elísio de Holanda, em Maracanaú. Apesar da greve, os atendimentos de urgência continuam normalmente, conforme a determinação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec). Os demais setores, como ambulatório, consulta e cirurgia eletiva, porém, só voltarão a operar após as negociações entre a Prefeitura de Maracanaú, os representantes do movimento e o Sindicato dos Médicos do Cearás erem concluídas.
Reivindicações
Segundo Mayra Pinheiro, presidente do Sindicato, o prefeito José Firmo Camurça Neto entrou em contato com a associação na mesma segunda-feira, e foi respondido com a carta de negociação do grupo que contém as seguintes reivindicações: implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e imediata correção da progressão referente ao período de 2010 a 2018; retorno à carga horária dobrada nos plantões de final de semana, ou gratificação de plantão em fim de semana reajustada em 20% e sem limite de plantões; não redução do número de plantonistas do hospital; insalubridade inclusa no PCCS e tendo como referência o salário base, e não o salário mínimo; teto salarial de referência sendo o salário do prefeito, e não o do secretário da Saúde; cursos de capacitação utilizados para progressão funcional com carga horária de 40 horas; e o não fechamento do setor de emergência do Hospital Municipal João Elísio de Holanda.
“Os médicos conseguiram construir um PCCS desde 2010. Esse plano não foi efetivado e, hoje, eles cobram a efetivação do plano e que alguns itens do plano sejam atendidos, por exemplo, a insalubridade”, explica Mayra Pinheiro. Ela detalha, ainda, o motivo do pleito pelo não fechamento do serviço de emergência do Hospital Municipal. “Houve a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Maracanaú e a Prefeitura entende que a UPA pode substituir a emergência. A UPA é uma unidade intermediária, ela não tem internamentos, não atende pacientes de alta complexidade. Ela é uma unidade para a resolução de pequenas lesões. As mais complexas precisam ir pra emergência”, afirma.
Cirurgias
O Sindicato dos Médicos do Ceará organizou uma manifestação em frente à Prefeitura de Maracanaú durante a manhã desta terça-feira (16), com a presença de médicos e da população. A expectativa é de que a reunião para estabelecer as negociações aconteça ainda nesta semana.
De acordo com o diretor clínico do Hospital Municipal João Elísio de Holanda, Gilson Assunção, as cirurgias estão sendo remarcadas e, ao fim da paralisação, os atendimentos serão realizados em dobro para compensar o atraso. “Estamos em contato direto com o Sindicato para que isso se resolva o mais rápido possível, porque a população não tem culpa nenhuma do que está acontecendo”, conclui Gilson Assunção.
A Secretaria Municipal de Saúde e a Prefeitura de Maracanaú foram procuradas, mas nenhum dos órgãos atendeu às ligações.
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Diálogos Políticos