Diante da dificuldade em conseguir a vacina na rede pública, que possui estoque limitado contra a febre amarela, a população tem apelado para as clínicas particulares em busca das doses. Contudo, o Grupo Liberal levantou que elas também já estão sem o produto.
Em alguns casos, os estoques acabaram na semana passada, quando foi intensificada a busca pelas doses, após a confirmação de mais mortes pela doença. A região segue fora da lista de cidades com possibilidades de contaminação e a indicação das doses é apenas para viagens em áreas de risco.
A enfermeira de uma clínica particular de Americana, Franciele dos Santos disse que diariamente está recebendo uma procura de 600 pessoas interessadas na vacina. “Nosso estoque acabou na sexta-feira e desde então estamos fazendo uma lista de espera já com 300 nomes. O telefone não para de tocar”, disse.
Na clínica onde Eloisa Pirani trabalha no setor administrativo, em Americana, existe uma fila de 800 pessoas aguardando as doses. “Esse ano a procura está até maior do que no ano passado”, disse a profissional, comparando com o período em que houve a confirmação dos casos do surto de 2016.
A recepcionista de uma clínica em Sumaré, Debora Pires, vendeu a última dose na manhã de quarta-feira. “Tivemos uma dica de um representante comercial que apostou que haveria grande procura este ano. Compramos um pouco mais de doses e vendemos tudo. Se soubesse que isso ia acontecer teríamos comprado até mais, está uma loucura”, definiu a profissional.
A enfermeira responsável por outra clínica de Sumaré, Paula Michele Baltazar disse o público que procura a vacinação é variado. “Recebemos ligações e mensagens diariamente na página do Facebook. As pessoas não entendem que não temos previsão, ficam bravas e se revoltam”.
A Associação Brasileira das Clínicas de Vacina, que representa as clínicas particulares no País, divulgou que em janeiro não haverá reposição de estoque da vacina, e a previsão é que novas doses sejam recebidas no final de fevereiro.
A reportagem levantou que o preço da vacina na região tem variado entre R$ 150 e R$ 200.
O instituto que fornece as vacinas para o Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira que vai buscar antecipar a produção e que interrompeu as exportações para outros países para atender a demanda nacional. A previsão é essa antecipação tenha efeitos em abril. O período de circulação maior do vírus vai até maio.
Fonte: O Liberal
Foto: João Carlos Nacimento/ O Liberal