Paulo Ricardo Machado foi no último domingo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do norte da Ilha, mas voltou para casa sem ser atendido. Na semana passada, ocorreu a mesma história, mas o paciente em questão se irritou, jogou materiais no chão, derrubou remédios e equipamentos e até a Polícia Militar foi chamada. A população que depende de atendimento na UPA Norte está sofrendo as consequências de um problema que precisa ser resolvido entre a prefeitura e os médicos. Eles dizem que estão tendo que fazer um número maior de plantões por causa da falta de profissionais e com isso, a prefeitura não estaria cumprindo o acordo verbal firmado na greve do começo do ano. As informações são da repórter Mayara Vieira, do Jornal do Almoço.
Um médico que trabalha na UPA Norte e no Samu mostrou a escala. Cada turno deveria ter três clínicos gerais, mas tem só um. O problema fica pior porque pelo menos cinco clínicos gerais estão afastados por problema de saúde.
A prefeitura informou, por nota, que vai contratar pelo menos 15 médicos via edital pra trabalharem nas UPAs Norte e Sul durante a temporada, quando o número de atendimentos aumenta em média 20%. A prefeitura assume que essa é uma medida paliativa e que, por enquanto, não tem previsão de contratar médicos via concurso porque a folha de pagamento do município está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Outra medida adotada pela prefeitura está na Câmara de Vereadores desde outubro. Um projeto de lei propõe que o número de plantões de profissionais da saúde do município e o valor pago por eles sejam regulamentados. A assessoria da Câmara informou que no momento o projeto está na Comissão de Constituição de Justiça. Ele ainda tramitará nas comissões Trabalho e na de Orçamento da Câmara de Vereadores, e só depois será votado.
Nota da prefeitura
“A Secretaria de Saúde esclarece que a contratação da empresa para fornecer mão de obra para as UPAs durante a temporada não está relacionada à necessidade de contratação de médicos para cobrir as escalas normais nas UPAs do município. Essa é uma medida corajosa de entendimento, pela primeira vez, da vocação turística da Capital, que se reflete em um aumento médio de 20% nos atendimentos realizados nas UPAs durante a temporada. Dessa forma, esses profissionais atuarão somente durante o período da temporada para evitar a sobrecarga do sistema de saúde. Quanto à contratação de profissionais por meio de concurso público, será feita assim que Florianópolis conseguir vencer o limite prudencial preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Segundo a prefeitura, a UPA Norte realiza uma média de 10,2 mil atendimentos/mês e tem 36 plantonistas, entre clínicos, pediatras e cirurgiões. Já a UPA Sul faz média de 8,2 mil atendimentos/mês, com 34 plantonistas. Com o edital para a temporada, que está em fase de credenciamento das empresas, deverão iniciar o trabalho pelo menos 15 plantonistas e a quantidade em cada UPA será determinada após o fechamento das escalas.
Fonte: Diário Catarinense
Foto: Betina Humeres / Agencia RBS