Os médicos do Recife iniciaram nesta terça-feira (19/12), uma nova paralisação de advertência de 72 horas para alertar aos gestores municipais sobre a necessidade de investimento e melhorias na rede municipal de saúde. Para marcar o primeiro dia do protesto, representantes do Simepe, junto a profissionais, realizaram uma visita fiscalizatória na unidade de saúde José Severiano da Silva, localizada atualmente no bairro de Cajueiro, Zona Norte do Recife.
No local, os médicos encontraram irregularidades e uma estrutura que não é devidamente adequada para a oferta de saúde. Paredes com mofo, triagem feita na recepção, e consultórios sem o espaço e acessibilidade necessários para um atendimento plural e humanizado.
Vale salientar que a Unidade de Saúde deveria funcionar, originalmente, na Avenida Jerônimo Vilela, em Campo Grande, mas o local está completamente abandonado, com paredes pichadas e rachadas; vidros quebrados; entorno cheio de entulhos de obras e mato nas alturas. Além disso, a fiscalização do Simepe ainda encontrou bichos mortos, como ratos; além de peças íntimas como calcinhas e cuecas usadas no local.
Segundo os moradores da região, faz três anos que o espaço foi desativado e a PCR não apresenta nenhum indício de obra ou melhoria no local. Os pacientes reclamam porque uma estrutura própria como esta ainda não foi recuperada, fazendo com que eles precisem se deslocar por uma longa distância para ter acesso ao serviço de saúde, em um local improvisado.
Esse cenário de completo descaso foi “contemplado” com o recebimento do selo “GeJá de Falta de Gestão”, uma campanha do Sindicato dos Médicos e de toda a categoria contra os absurdos identificados na rede municipal de saúde. A categoria volta a se reunir em Assembleia Geral Extraordinária amanhã (21/12), às 14h, na Sede da Associação Médica de Pernambuco.
Fonte: SIMEPE