Um grupo de alunos do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis, estão nas ruas coletando assinaturas em um abaixo-assinado, como forma de protesto, alegando a falta de professores e o risco do curso ser interrompido, a partir de março de 2018, quando começa o internato para a turma 1.
Os 28 alunos da 1ª turma que começou a graduação em 2014 dizem estarem preocupados, pois no próximo ano ingressaram no internato, que é a vivência prática nas unidades de saúde e ainda falta professor para acompanhá-los como preceptores médicos.
Eles percorreram as ruas da cidade e já foram até a pró-reitora da instituição. Os universitários do curso alegam que desde o início do curso vêm enfrentando esse problema e são penalizados por causa disso. Além de preceptores médicos, os acadêmicos reclamam da falta de estrutura do curso que ainda não conta com prédio e está abrigado dentro do Instituto de Ciências Exatas e Naturais.
O presidente do Centro Acadêmico de Medicina, João Paulo Pazeta, conta que a maior preocupação não é o prédio, embora tenha começado a ser construído em 2013 com previsão de entrega até o final de 2014, apesar da verba já ter sido liberada para a UFMT.
“A obra não é o problema agora, e sim a falta de professor e a dificuldade de entrada no internato. O prefeito nos deu apoio, mas estamos sem professores e preceptores disponíveis. Queremos concursos para professores aqui e estamos fazendo o abaixo-assinado para mostrar para a classe política a importância e benefícios do curso de Medicina em Rondonópolis”, explica.
No ano passado, a mesma reivindicação foi feita por alunos do campus de Sinop, a 693 km de Rondonópolis. Eles fizeram greve por mais professores e investimentos na estrutura de alguns cursos, entre eles de medicina veterinária e farmácia.
Em Cuiabá (a 215 km de Rondonópolis) um grupo de alunos de geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), fez um protesto contra a falta de professores para seis disciplinas do curso. Eles percorreram as ruas do campus com cartazes e foram até a pró-reitora da instituição.
De acordo com a aluna do 6º semestre de medicina, Gabriela Ferreira, a quantidade de professores médicos atuais no curso não consegue dar início ao internato.
“Teria que parar todas as outras turmas e deslocar todos os professores para o internato, o que não é viável, principalmente por questões burocráticas e desvio de função que aconteceria se isso fosse feito. Somos divididos em pequenos grupos, para ter uma supervisão adequada. E os professores médicos, em sua maioria, são concursados para trabalharem por 20 horas. O que demanda a quantidade mínima de 30 novos médicos no curso para que ocorra o internato para a 1ª turma”, aponta.
Nota da UFMT
“Após reunião realizada com aproximadamente 80 alunos do curso de Medicina do Campus de Rondonópolis, ocorrida em 27 de novembro no Campus de Cuiabá, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) encaminhou as reivindicações ao Ministério da Educação (MEC), uma vez que as mesmas foram solicitadas no processo de criação do curso.
Além disso, e por conta do contingenciamento de verbas, a UFMT já mantém diálogo com a bancada federal visando a proposição de emendas parlamentares que garantam a manutenção de suas atividades fins – o ensino, a pesquisa e a extensão – em todos os seus Campus.
Foi criada uma comissão, com representação do Centro Acadêmico (CA) de Medicina; um estudante de cada semestre; três professores do curso, incluindo a coordenadora do curso, professora Claudineia de Araújo Nogueira; três técnicos-administrativos; o diretor do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN), professor Rosevaldo de Oliveira e a pró-reitora do Campus, professora Analy Castilho Polizel, para acompanhamento dos trâmites”.
Fonte: Agora MT
Foto: Você Repórter