Profissionais do Programa Mais Médicos deliberaram por suspender os atendimentos eletivos a partir desta terça-feira, dia 7 de novembro, caso a Prefeitura de São Paulo não efetue o pagamento dos valores devidos até o dia de hoje, 6 de novembro. A decisão foi tomada em assembleia na noite de terça-feira, 31 de outubro, na sede do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp). Mais de 70 médicos estão sem receber a bolsa e a ajuda de custo desde o dia 15 de outubro. Essa não é a primeira vez que o atraso acontece, o salário referente ao mês de junho teve atraso de 16 dias e o de agosto, de 10 dias. Os profissionais alegam estar sem dinheiro até mesmo para se locomoverem até o local de trabalho.
“Esses profissionais atuam em regiões periféricas da cidade atendendo a população carente, em situação de vulnerabilidade e exposta a vários problemas sanitários. Então, quando a gestão do prefeito João Doria não efetuou o pagamento dos médicos, tratou esses profissionais com desrespeito, além de demonstrar que desrespeita e trata com descaso a população que depende de desses profissionais”, avalia Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).
De acordo com a médica Eline Ethel Fonseca Lima, membro da comissão de profissionais do Mais Médicos, o principal afetado com essa falta de pagamento é o paciente, que ficará sem atendimento das consultas agendadas. “Temos em média 30 consultas por dia, se calcularmos por mês, são 480 atendimentos que não serão realizados e isso nos preocupa muito”. E completa: “Mesmo com a suspensão dos atendimentos eletivos, caso não seja efetuado o pagamento, estaremos nos nossos locais de trabalho para atendimentos de urgência e emergência e para explicar a situação aos usuários”.
Vínculo com a prefeitura
Segundo o diretor do Simesp, Gerson Salvador, apesar de o Mais Médicos ser uma iniciativa Federal, neste caso, especificamente, a responsabilidade pelo pagamento da bolsa e da ajuda de custo dos médicos é da prefeitura, por Acordo de Cooperação para ampliar o programa. “A prefeitura precisa arcar com o que é devido aos profissionais. Os médicos não podem pagar pelo descaso da gestão”, diz. E completa: “A Lei do Mais Médicos permite contratações precárias, dificulta o acesso à Justiça do Trabalho e a Prefeitura de São Paulo aproveita dessa fragilidade para não cumprir com seu compromisso”.
Fonte: SIMESP