No início da tarde de ontem, 8 de novembro, foi confirmado o pagamento da bolsa auxílio e da ajuda de custo de cerca de 70 médicos do edital 12 do Programa Mais Médicos da cidade de São Paulo, que haviam paralisado os atendimentos eletivos desde ontem, dia 7, devido ao atraso no pagamento dos vencimentos, que deveria ter sido realizado no dia 15 de outubro. Os profissionais devem voltar às atividades normais a partir de amanhã, dia 9. De acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a vitória demonstra a força da união da categoria.
Essa não é a primeira vez que o atraso acontece. O pagamento referente ao mês de junho teve atraso de 16 dias e o de agosto, de 10 dias. “Não podemos deixar que a gestão do prefeito João Doria haja com tamanho desrespeito com o atraso do pagamento desses profissionais, que dependem dos vencimentos para pagarem suas contas e, até mesmo, se deslocarem aos seus locais de trabalho, diz Eder Gatti, presidente do Simesp.
Gatti explica que esses profissionais atuam em regiões periféricas da cidade atendendo a população carente, em situação de vulnerabilidade e exposta a vários problemas sanitários. “O prefeito vem tratando com descaso também a população, que depende de desses profissionais”.
Vínculo com a prefeitura
Segundo o diretor do Simesp, Gerson Salvador, apesar de o Mais Médicos ser uma iniciativa Federal, neste caso, especificamente, a responsabilidade pelo pagamento da bolsa e da ajuda de custo dos médicos é da prefeitura, por Acordo de Cooperação para ampliar o programa. “A prefeitura precisa arcar com o que é devido aos profissionais. Os médicos não podem pagar pelo descaso da gestão”, diz. E completa: “A Lei do Mais Médicos permite contratações precárias, dificulta o acesso à Justiça do Trabalho e a Prefeitura de São Paulo aproveita dessa fragilidade para não cumprir com seu compromisso”.