Em luta por melhorias essenciais na saúde da capital pernambucana, os médicos da rede municipal realizam, nesta quarta-feira 18 de outubro, um ato de mobilização e protesto em frente à Prefeitura do Recife, a partir das 9h. A ação faz parte de uma paralisação de advertência de dois dias e tem o objetivo de chamar a atenção para os problemas latentes e já expostos diversas vezes para a gestão pública sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria, como a crescente insegurança nos postos de saúde, falta de medicamentos, condições precárias e improvisadas de trabalho e perdas inflacionárias importantes nos últimos anos.
A mobilização é liderada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco, que desde fevereiro vem realizando tratativas com a gestão municipal e esbarrando no pouco avanço proposto pela PCR. A deliberação por uma nova paralisação foi aprovada em assembleia geral da categoria, no último dia 26 de setembro, oportunidade na qual os profissionais também definiram entrar em estado de greve. Com isso, os serviços eletivos e ambulatoriais estão suspensos nestas quarta e quinta-feira – funcionando apenas os trabalhos de urgência, emergência e maternidades.
“Nesta quarta-feira (18), comemoramos o dia do médico. Ou, pelo menos, deveríamos. No entanto, não há motivos para isso no Recife. Desde a retirada dos vigilantes das unidades, no ano passado, a violência aumentou em larga escala. Há denúncias e relatos registrados no Simepe de invasões, roubos, furtos, agressões e até sequestros nos postos. No entanto, ainda não houve retorno da gestão municipal sobre a recontratação desses profissionais. No tocante às perdas inflacionárias, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação gira em torno de 5,5% a 6%, mas a PCR só apresentou uma proposta de 2%, em outubro, caso consigam alcançar o limite do teto da Lei de Responsabilidade Fiscal – que já vimos na imprensa que será algo difícil de se atingir. Ou seja: o reajuste pode ser de 0%”, detalha o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros.
Uma nova AGE da categoria está marcada para o dia 24 de outubro, na sede da Associação Médica de Pernambuco (AMPE), a partir das 14h. De acordo com Calheiros, a categoria pode, a qualquer momento, deflagrar uma greve.
Fonte: SIMEPE