Após ter 65% de suas ações compradas, em junho, por um grupo de investidores, o Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), estabeleceu um plano para ampliar a estrutura e o atendimento até 2021. Entre as mudanças, está prevista a construção de dois prédios, sendo um administrativo e um ambulatorial – com clínicas de especialidades e um Day Hospital – além do aumento de 40 leitos na unidade médica. O acréscimo das vagas tenta diminuir o déficit na rede particular de Campinas, segundo o Sindicato dos Médicos (Sindmed). No entanto, a entidade não passou o número exato da demanda.
De acordo com o presidente do hospital, Gustavo Carvalho, atualmente a unidade conta com 154 leitos. Já no prédio ambulatorial, com previsão para conclusão em 36 meses, a ideia é que sejam instalados, além dos consultórios de especialidades, centros de coletas de exames de imagem, enquanto o Day Hospital será usado para cirurgias de baixa complexidade. Os imóveis serão construídos em terrenos em frente e ao lado do atual prédio do Vera Cruz, na Avenida Andrade Neves, no Centro.
“A ideia é que tudo esteja em funcionamento até 2021. No caso dos leitos, nós vamos reestruturar para que eles fiquem mais funcionais, vamos organizar para que tudo fique no lugar certo, melhorar a eficiência. Vamos promover uma mudança bastante significativa. Vamos fazer uma análise para melhorar a estrutura e a tecnologia do hospital”, disse Gustavo Carvalho.
Atualmente, o Vera Cruz conta com 1,3 mil funcionários e atende, além do próprio convênio, outras 40 empresas e pacientes particulares. Com a implantação dos dois novos prédios, a expectativa é que o quadro de trabalhadores seja ampliado, mas o número de contratações e o valor da compra da unidade não foram divulgados pela presidência.
Ginecologia e obstetrícia
O presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas, Casemiro Reis, afirmou ao G1 que vê com “bons olhos” a ampliação do Hospital Vera Cruz, mas vai acompanhar para saber quais serão os reflexos para a população. Em relação ao déficit de leitos na rede particular do município, a entidade não precisou o número, mas informou que o maior “gargalo” está na área de ginecologia e obstetrícia.
“Os hospitais foram tirando leitos de obstetrícia porque esse tipo de leito custa caro. Até porque entra um e saem dois. Então, quando a maternidade fica sobrecarregada, Campinas fica com um problema grave nesse setor. Se parte dessa ampliação de 40 leitos do Vera Cruz for para essa área, melhoraria muito o problema”, afirmou Reis.
Convênio e compra
Além de ampliar o convênio próprio do hospital com novas ofertas de atendimento, o hospital planeja ainda fazer uma parceria com a Unicamp e a Prefeitura para realizar atendimentos sociais e de filantropia, através da Fundação Roberto Rocha Brito. “O atendimento do hospital não vai mudar. Essa ideia é exclusivamente para a fundação”, informou Carvalho.
O Grupo Hospital Care, formado por duas empresas, comprou 65% do Hospital Vera Cruz no dia 1º de junho. Os outros 35% foram distribuídos entre médicos acionistas da unidade médica.