A greve dos médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas (SP), provocou o cancelamento de 391 consultas ambulatoriais e 34 cirurgias entre segunda (23) e terça-feira (24), de acordo com a Vitale, organização social que administra a unidade hospital. Os profissionais, que reivindicam salários atrasados e melhores condições de trabalho, estão atendendo apenas urgência e emergência.
De acordo com a Vitale, 187 consultas deixaram de ser realizadas no primeiro dia de greve, e outras 204 foram canceladas nesta terça (24). Os atendimentos suspensos são das áreas de neurologia, oftalmologia, ortopedia, dermatologia, cardiologia infantil e urodinâmica.
As cirurgias eletivas também foram canceladas. Foram 24 procedimentos desmarcados no primeiro dia, dez nesta terça, e os pacientes com operações marcadas para esta quarta (24) já foram comunicados do cancelamento.
De acordo com a Vitale, será preciso fazer novo agendamento para os procedimentos, mas ainda não há data para isso.
De acordo com o Sindicato dos Médicos de Campinas e região (Sindimed), em condições normais de trabalho, são realizadas cerca de 200 cirurgias por semana no hospital. Recentemente, segundo o sindicato, cerca de 60% delas vinham sendo canceladas por falta de materiais e medicamentos. ”São 70 pessoas na fila para cirurgia ortopédica”, afirma o sindicato.
Audiência MPT
Após audiência realizada na noite de segunda (23) na sede do Ministério Público do Trabalho (MTP) com representes da Prefeitura e da Vitale, os médicos decidiram pela manutenção da greve.
Na sessão, a Prefeitura de Campinas informou que analisaria a possibilidade de adiantar repasses no valor de R$ 5 milhões à Organização Social Vitale Saúde. Do montante, R$ 4 milhões seriam utilizados para pagamento de salários e demais verbas, e o restante, R$ 1 milhão, seria destinado para a compra de materiais e medicamentos.
A administração municipal deve protocolar uma resposta sobre a proposta em reunião na quinta-feira (26), às 17h.
Enquanto não há proposta, o sindicato informou que a greve segue por tempo indeterminado e que aguarda um posicionamento oficial da Prefeitura.
Fonte: G1
Foto: Carlos Bassan / PMC