Após oito dias de greve para reinidicar salários atrasados e melhores condições de trabalho, os médicos do Hospital Ouro Verde, de Campinas (SP), decidiram, em assembleia na noite desta segunda-feira (30), suspender a paralisação. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Campinas e região (Sindimed), os profissionais retomam as atividades na unidade a partir das 7h desta terça-feira (31).
Na sexta-feira (27), os profissionais tinham decidido manter o movimento até que o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) realizasse nova vistoria no Ouro Verde, o que ocorreu no mesmo dia. O relatório, no entanto, deve ser divulgado apenas nesta terça (27). De acordo com o Sindimed, a decisão tomada nesta segunda (30), por unanimidade, ocorreu após o hospital ter sido “reabastecido nos últimos dias.”
“Os médicos saem vitoriosos depois de uma semana greve, pois conseguiram chamar a atenção de toda a sociedade para a gravíssima situação que o hospital se encontrava. O Sindimed, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Trabalho e o Cremesp se uniram para resolver essa situação mais rápido possível, e deu resultado,” disse Casemiro Reis, presidente do Sindimed.
O G1 entrou em contato com a Vitale, organização social que administra o Ouro Verde, para saber sobre o reabastecimento da unidade e pedir um balanço dos procedimentos que deixaram de ser realizados durante a greve, mas não obteve o retorno até a publicação desta reportagem.
Abusiva
Em entrevista ao G1 no dia 27 de outubro, um dia após audiência no MPT para apresentar uma proposta de antecipação de verbas à Vitale, o secretário de Saúde de Campinas, Cármino de Souza, havia classificado a greve como “abusiva” e que não esperava o “envolvimento do Cremesp” nas negociações para o fim da paralisação.
“Apareceu um terceiro elemento e a gente não sabe o que vai fazer. O Cremesp não fez parte do acordo com o Ministério Público do Trabalho na quinta. Não há nenhuma razão para não voltar. Existem acordos que sustentam a volta”, afirmou.
Reflexos
Com a greve dos médicos, o Hospital Ouro Verde manteve o atendimento de casos de urgência e emergência, de ambulatório para pacientes recém-operados e que estão internados. Cirurgias eletivas e consultas de especialidades deixaram de ser realizadas, bem como o atendimento de casos de menor gravidade.
Prefeitura e sindicato confirmaram que houve reflexos nos atendimentos dos hospitais Mário Gatti e Celso Pierro, as outras unidades que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade. De acordo com o secretário de Saúde, houve sobrecarga nas unidades durante a semana.
Fonte: G1
Foto: Carlos Bassan / PMC