Os planos de saúde médico-hospitalares perderam média de 2 mil clientes por mês em sete das dez cidades mais populosas da região de Campinas (SP), entre junho deste ano e o mesmo mês de 2016, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O total chega a 24 mil e as três exceções na análise foram Americana, Limeira e Santa Bárbara d’Oeste.
As estatísticas divulgadas nesta semana mostram que as operadoras tiveram os piores saldos em Campinas e Valinhos. A metrópole deixou de ter 9,6 mil usuários contemplados pela rede privada de saúde neste período – passou de 593,9 mil para 584,3 mil; enquanto o décimo maior município da região deixou de ter 7,6 mil assistidos pelas empresas – queda foi de 65,6 mil para 57,9 mil.
O cliente considerado no levantamento trimestral é o titular do contrato e ele pode ter mais pessoas vinculadas como dependentes, de acordo com a assessoria da ANS.
Outras cidades que tiveram variação negativa no intervalo considerado foram:
- Hortolândia – passou de 71,1 mil para 69,9 mil
- Indaiatuba – foi de 96,5 mil para 95,8 mil
- Mogi Guaçu – diminuiu de 59,6 mil para 58 mil
- Piracicaba – redução de 203,2 mil para 201,9 mil
- Sumaré – caiu de 98,9 mil para 97,1 mil
Tendência de melhora?
A redução de beneficiários acompanha o índice de desemprego. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no período avaliado foram fechadas 22,3 mil vagas nas dez cidades.
O economista da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho acredita que os indicadores do setor podem melhorar no meses seguintes, ao ponderar sobre a criação de empregos temporários pelas indústrias da região com objetivo de suprir as demandas comerciais durante o fim de ano.
“A gente começa a perceber um pequena reação no mundo do emprego com o início de produções em setembro e outubro. Há um movimento sazonal, boa parte delas consegue esse benefício aos funcionários e isso vai provocar aumento de vidas atendidas pelos planos. Essa pequena retomada do emprego, não se pode chamar de crescimento otimista, deve garantir ao menos estagnação.”
O levantamento da ANS mostra que houve uma variação positiva em sete cidades, considerando-se apenas o período entre março e junho deste ano: Americana (1,1 mil), Limeira (30), Santa Bárbara d’Oeste (552), Indaiatuba (193), Mogi Guaçu (20), Piracicaba (4,2 mil) e Valinhos (117).
Neste grupo, segundo as estatísticas, somente Americana, Limeira e Santa Bárbara registraram alta de beneficiários pelo segundo trimestre consecutivo – ao todo, 1,1 mil novos contratos foram assinados entre junho deste ano e o mesmo período de 2016, informou a ANS.
Para o especialista, contudo, não há perspectiva de que o cenário atual permita redução nos valores dos contratos. Além disso, faz um alerta sobre as características dos novos contratos assinados e afirma que os números não garantem que haverá continuidade de crescimento em janeiro de 2018.
“É preciso ver se a atividade econômica irá se firmar. A variação dos custos médicos e hospitalares continua em alta e superior à inflação geral. O que se pode esperar é a oferta de planos mais baratos dos que estavam no mercado, mas eles oferecem cobertura menor, ou seja, pode vir a ser uma armadilha se a pessoa não prestar atenção no contrato. Há produtos para bolsos distintos.”
Fonte: G1
Foto: Reprodução/ EPTV