A polícia prendeu, na manhã de terça-feira, 19 de setembro, um peruano de 63 anos, denunciado por assumir falsa identidade de médico e por extorquir uma pessoa em tratamento contra câncer. O suspeito foi preso na residência onde morava na Zona Leste de Manaus. O falso médico foi apresentado à imprensa durante coletiva no prédio da Delegacia Geral, nesta quarta-feira (20). A polícia diz que há sete boletins de ocorrência por crime de estelionato contra ele. O peruano negou as acusações.
“Nunca prometi a cura do câncer. Nunca vendi medicamentos. Nunca fiz estelionato. Eu sou médico no Peru. No Brasil eu não tratava ninguém. Passava 15 dias no Brasil e voltava para o Peru. Nunca trabalhei no Brasil”, afirmou o suspeito.
De acordo com o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Guilherme Torres, no momento da prisão foram encontrados, no imóvel dele, vários objetos que comprovam a prática de medicina de forma ilegal.
Dentre os objetos apreendidos, a polícia encontrou um certificado de Medicina do Peru, no entanto, a polícia não constatou a validade do documento. No Brasil, ele não tem registro no Conselho Regional de Medicina.
Segundo informações da polícia, um homem de 64 anos veio a Manaus para acompanhar a esposa dele, que iniciou tratamento de câncer em um hospital na capital.
No dia 25 de dezembro de 2016, o marido da vítima procurou o falso médico para iniciar um tratamento alternativo da neoplasia.
Na ocasião, segundo a vítima, o infrator afirmou que era especialista em câncer e que já havia trabalhado em alguns hospitais da capital, mas que para iniciar o tratamento, a vítima teria que desembolsar R$ 1,3 mil para a compra de um medicamento.
Nos dias posteriores, foi solicitado mais de R$ 520,00 para custear gasolina, crédito de aparelho celular e outros benefícios para os trâmites do suposto benefício.
Segundo a polícia, ele oferecia falso tratamento às vítimas. “Verificamos que esse cidadão possuía 7 boletins de ocorrência por crime de estelionato. Verificamos que ele foi preso em 2013 pela mesma situação que a vítima relatou para gente. Ele utilizava da esperança da pessoa e vendia a cura do câncer. Dizia que teria um remédio que iria curar é que conseguiria um benefício mensal por parte do Estado ou do Governo da União e que precisava do dinheiro adiantado para que esse benefício pudesse sair”, informou o delegado.
O falso médico será indiciado por estelionato e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).
Fonte: G1
Foto: Ariane Alcântara/G1 AM