Morreu, na manhã desta quarta-feira, 20 de setembro, o médico e professor Edmundo Machado Ferraz, 77 anos. O velório aconteceu durante a tarde do mesmo dia no Cemitério Morada da Paz, no Paulista. A cremação foi realizada após uma cerimônia religiosa, por volta das 18h. Ferraz faleceu em consequência de um mieloma múltiplo, um câncer das células plasmáticas da medula óssea, que ele descobriu há três meses. Ele deixa uma esposa, três filhos e sete netos.
Graduado há cerca de 40 anos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com doutorado e livre-docência em medicina pela mesma universidade, pós-doutorado no Departamento de Cirurgia do Guy’s Hospital da Universidade de Londres, Dr. Edmundo foi um dos mais celebrados profissionais da sua área no Brasil. Na década de 1990, foi o primeiro médico do Norte e Nordeste a realizar uma cirurgia bariátrica.
Médicos, amigos e familiares compareceram ao seu velório. “Nós nos conhecemos desde os 12 anos, quando morávamos no Derby. Mais tarde, fizemos faculdade juntos. Ele participou dos primeiros transplantes de fígado, presidiu várias entidades nacionais e internacionais ligadas à cirurgia geral. Formou centenas de cirurgiões pela UFPE, inclusive o que o operou, dr Tércio Bacelar”, disse o médico e amigo de infância e profissão, Durval Valença.
Professor titular por duas décadas da UFPE, foi diretor-superintendente do Hospital das Clínicas e presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, além de ter sido o primeiro profissional fora do eixo Rio–São Paulo eleito presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Aposentou-se compulsoriamente aos 70 anos, mas continuava atuando no Hospital das Clínicas (HC/PE).
Em 2015, presidiu a Academia Pernambucana de Medicina. Em 2014 foi homenageado com o título de professor emérito da UFPE. Reconhecido internacionalmente pelo trabalho científico desenvolvido, foi o fundador do curso de doutorado em medicina da UFPE, membro titular e fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, consultor da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, entre outros cargos. “Ele era um rubro negro doente. Muito culto, gostava de ler e viajar”, disse o médico e amigo, Oscar Coutinho.
“Papai foi uma pessoa que influenciou toda uma geração de cirurgiões. Era um professor que tinha uma dedicação àquela universidade (UFPE) e àquele Hospital das Clínicas que nunca vi igual. Teve uma importância nacional enorme. Ele levou o nome da medicina, da cirurgia pernambucana a um patamar importante no cenário nacional”, comentou o filho e médico, Álvaro Ferraz.
Fonte: Diário de Pernambuco
Foto: Alexandre Gondim/DP/D.A Press