Peritos e médicos legistas realizaram uma paralisação nesta segunda-feira, 11 de setembro, em Belém e nos municípios de Marabá e Castanhal, no sudeste e nordeste do estado. Eles pedem reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Com a paralisação as liberações de corpos, na capital foi prejudicado, deixando familiares angustiados.
Os profissionais cruzaram os braços durante a manhã e até o final do dia os serviços ainda não estavam normalizados. Eles pedem para receber um reajuste de 20% pelo risco de vida e para as perícias judiciárias. Além da incorporação de um abono ao salário.De acordo com a categoria eles estariam sobrecarregados. Cerca de 350 profissionais atuam nos Institutos Médico Legais do Pará. Segundo os peritos o ideal seria um número quatro vezes maior.
“A ONU por exemplo recomenda a relação população-perito, que seja cinco mil habitantes para cada um perito, essa proporção aqui no estado que a gente vive é uma relação de um perito para cada 20 mil habitantes, então há uma sobrecarga e isso vai interferir na própria qualidade do serviço”, disse Sandro Lemansky, perito.
A paralisação suspendeu quase todos os serviços. Entre eles: a remoção de corpos, a perícia em locais de crimes. A ordem era atender somente vítimas de estupro. Exames fundamentais para comprovar o crime e identificar o criminoso seriam feitos em Belém. Os peritos informaram que três corpos estavam no IML e que seriam liberados depois da manifestação.
Como foi o caso de Marcelo e Márcia que perderam o irmão Miguel júnior, de 35 anos, atropelado na noite de domingo (10) em Belém. Até o final da tarde o corpo não tinha sido liberado para a família.
“Nós conseguimos entrar lá só que eles falaram que não poderiam fazer nada e assim ficou até agora nenhuma resposta. A família que acaba sofrendo as consequências”, disse a irmã da vítima angustiada.
O vice presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Pará foi contra a paralisação. A direção do Renato Chaves não vai se manifestar sobre a paralisação que encerrou durante a noite.
“A reivindicação é mais do que justa, já que é o sindicato apresentou ao governo para poder ser debatido. Nós apenas queremos que seja dentro das legalidades, e isso não significar proibir a saída de corpos de dentro do IML, o que não está dentro da legalidade”, disse o vice presidente, Evaldo Soares.
Fonte: G1
Foto: Vivo mais saudável