Equipamentos enferrujados e infiltrações que potencializam a propagação de infecção hospitalar, a falta de Raio-X, janelas quebradas, sala de parto com ar-condicionado quebrado e o retorno do esgoto durante as chuvas são os problemas encontrados no Hospital Manoel Marinho Monte, em Plácido de Castro.
Um cenário considerado de abandono e que demonstram o desperdício de dinheiro público por parte do governo do Estado, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Ribamar Costa, que ainda verificou a existência de apenas um médico, quando deveria existir no mínimo dois profissionais.
Para o sindicalista, o caos encontrado na unidade de saúde pode resultar em mortes de pacientes devido a falta de estrutura, um caso considerado grave e que deverá compor um dossiê que deve ser entregue ao final do ano a entidades internacionais com todas as falhas encontradas no Acre para a responsabilização dos gestores, podendo incorrer até em abertura de processo por cortes internacionais.
“É um cenário triste, de abandono e desleixo das autoridades no trato com a coisa pública e representa verdadeiro escárnio com a população que precisa utilizar as unidades de saúde que atendem pelo SUS”, protestou o presidente do Sindicato dos Médicos.
O caos ainda é potencializado pela falta de segurança para os trabalhadores e pacientes. Dois vigilantes estão trabalhando, mas não possuem coletes e não conseguem cobrir todas as entradas e saídas, facilitando o cometimento de crimes. Até uma porta foi comprada pelos trabalhadores com o objetivo de dar maior segurança ao local.
“Na área externa do hospital destaco o sistema de esgoto que expõe dejetos e fezes por ocasião de chuvas. Janelas e portas sem proteção expõem médicos e servidores à violência de ataques de marginais e de indivíduos tomados de alguma fúria, podendo se transformar em perdas de vidas, como já tem ocorrido em outras unidades de saúde do Acre”, afirmou o sindicalista.
Ribama Costa ainda constatou que o centro cirúrgico continua desativado, o espaço que poderia salvar vidas se transformou em depósito de guarda de objetos inservíveis e infectantes.
Com o objetivo de seguir os protocolos legais, o Sindmed realizará também denúncias à Vigilância Sanitária, ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
“Vamos encaminhar os problemas detectados para os órgãos fiscalizadores, mas um dossiê com todos os problemas será encaminhado no final do ano para os organismos internacionais para pressionar os governantes a administrarem de forma correta o dinheiro público”, finalizou.