O Sindicato dos Médicos de São Paulo reagiu às declarações do secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmando que o prejuízo no atendimento da rede pública “é causado por médicos contratados que faltam ao serviço, não por não ter médicos”. Na semana passada, o jornal Metro publicou matéria apontando uma deficiência de 2.360 médicos na Capital.
Na sexta (25), a entidade divulgou nota, na qual repudia a fala do secretário, “que culpabiliza médicos pela má gestão dos serviços”. “A fala de Pollara é um desrespeito com a categoria”, protesta o texto.
Em entrevista à Agência Sindical, o presidente do Sindicato, Éder Gatti Fernandes, explicou que a falta de profissionais na saúde municipal é uma decorrência da “política de reestruturação implementada pela prefeitura”. “É um absurdo o secretário dizer que a culpa é dos médicos. Hoje nós temos quase 700 profissionais concursados esperando para serem chamados e não sabemos por que a prefeitura não chama”, afirma.
“Atualmente, cerca de 60% dos médicos são contratados em regime de CLT e são cobrados a cumprir metas de produtividade e assiduidade. Então, é uma grande mentira dizer que a culpa é porque o médico falta ao trabalho”, observa.
Outro ponto levantado pelo dirigente é o sistema de parcerias utilizado pela administração municipal, que entrega a gestão de unidades básicas de saúde às OSs (organizações sociais).
“A prefeitura pulveriza a administração da saúde primária, para diversas organizações sociais que vivem mudando. Com isso, vários plantões tiveram suas equipes reduzidas com a justificativa de readequação de escala. Hoje, a prefeitura não preenche vaga de médico que fica em aberto, porque não está contratando”, denuncia Éder Gatti.
Fonte e foto: Agência Sindical