As mudanças na distribuição do Imposto Sobre Serviços (ISS) atingiram em cheio as finanças de Poá e o prefeito Gian Lopes afirma que, se não receber ajuda do governo estadual, o Hospital Guido Guida pode fechar as portas em setembro. Com a alteração na lei, a arrecadação da cidade caiu R$ 140 milhões por ano e a unidade de saúde custa R$ 4 milhões por mês.
“A gente não vai conseguir mantê-lo aberto porque a Prefeitura não vai ter condições de ter dinheiro para pagar funcionário, para pagar contratos permanentes que tem o hospital“, disse o prefeito.
A Prefeitura espera nos próximos dias uma resposta do governador Geraldo Alckmin sobre a situação do Hospital Guido Guida. No último dia 15 de agosto, foi entregue um abaixo-assinado com 7 mil assinaturas pedindo ajuda para o hospital.
“A gente está pedindo para dar a resposta o mais rápido possível para tranquilizar a população poaense”, disse o secretário municipal de Saúde, Marcos Indaiá.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que orientou a Prefeitura de Poá sobre a importância de verificar as condições de aprimoramento da gestão do Hospital Guido Guida, para melhorar os recursos.
Cancelamento da Expoá
Os problemas financeiros que atingem a cidade têm reflexos em vários setores, como cultura, por exemplo. Para economizar, a Prefeitura de Poá cancelou a tradicional feira de orquídeas e plantas ornamentais, a Expoá, em 2017. Um evento menor está sendo organizado. A feira vai ser na Praça da Bíblia, com shows mais baratos, só com artistas locais.
Os produtores e comerciantes do ramo agora torcem para não ter prejuízo. “Conversando entre nós, fazendo reuniões, a gente viu que vai ser uma coisa muito bonita, por ser um lugar aberto, vai chamar bastante público para passear com a família“, considera o comerciante Flávio de Oliveira Fernandes.
A comerciante Patrícia Cunha Fernandes participou de duas edições da Expoá e soube pela Prefeitura que uma feira menor vai ser realizada no lugar da tradicional exposição de orquídeas e plantas ornamentais. Preocupada, ela decidiu levar 20% menos mercadorias neste ano e diz que é cedo pra fazer previsões sobre as vendas. “A gente espera que seja muito bom, mas não como o ano passado, que foi bem bacana. Mas que seja lucrativo também, que a gente não tenha muita perda de mercadoria”.
De acordo com a Prefeitura, a feira na Praça da Bíblia pode custar para o município até R$ 80 mil e não mais os R$ 3 milhões gastos em anos anteriores com a Expoá. A verba vai ser encaminhada para a construção de uma escola, que deve ser concluída em um ano. “Esse dinheiro que vamos deixar de investir na Expoá vai ser investido em uma escola, que vai atender praticamente 600 alunos da rede municipal, em dois períodos, das 7h às 12h, e das 13h às 18h”, explicou o prefeito.
O número de quiosques para os comerciantes e produtores de plantas e flores, segundo a Secretaria Municipal de Cultura, não deve mudar.
“A gente convidou todos que geralmente participam. É a 45ª e praticamente todos confirmaram a vinda para a 1ª Feira de Orquídeas e do Verde na cidade“, diz o secretário de Cultura, Mário Sumirê.