Na semana passada, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu a adoção da biometria em todas as unidades públicas de saúde e alfinetou: “Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico parar de fingir que trabalha”. Em resposta, haverá passeatas por todo o País e, em Bauru, três entidades de classe preparam uma carta pública, na qual alegarão que o “vilão” é o próprio governo.
Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Carlos Alberto Monte Gobbo revela que 90% dos médicos de Bauru e região estão vinculados à saúde pública. Logo, a maioria se sentiu ofendida diante da posição do ministro, que, segundo Gobbo, “sequer entende da pasta que administra”.
Para o conselheiro, o verdadeiro “vilão” da história é o próprio governo. “É um misto de falta de recursos e gestão irresponsável. Grande parte do dinheiro destinado à Saúde é desviado de maneira corrupta e escancarada. Quando se tira recursos da Saúde, muitos são condenados à morte”, critica.
AÇÕES
Diante disso, as regionais do Cremesp, do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e da Associação Paulista de Medicina (APM) organizaram uma carta para ser publicada nos veículos de imprensa nos próximos dias.
“A carta já está pronta. Não é uma carta raivosa. É apenas para marcar nossa posição”, adianta Marcos Cabello dos Santos presidente regional da APM.
Além disso, alguns profissionais da cidade participarão do protesto nacional, que ocorrerá em diversas capitais brasileiras. Em São Paulo, a manifestação sairá do Museu de Arte de São Paulo (Masp) rumo ao escritório de representação da Presidência da República, na avenida Paulista, no próximo dia 3.
Fonte: JCNET Foto: Samantha Ciuffa