As cirurgias eletivas do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, começaram a ser canceladas na segunda-feira, 28 de agosto, por falta de verba para comprar materiais.
A direção da unidade informou que a suspensão é momentânea, mas também não tem prazo para ser retomado o serviço.
Secretário diz que situação no Hospital Infantil Joana de Gusmão voltará ao normal em uma semana
Em uma semana, o atendimento estará totalmente normalizado no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Vicente Caropreso, em coletiva na tarde de segunda-feira, 28. “Toda a sequência de programação, tanto de cirurgias emergenciais quanto das eletivas, seguirá normalmente no Hospital Infantil“, disse ele.
As cirurgias eletivas do Hospital Infantil começaram a ser adiadas nesta segunda por falta de verba para comprar materiais.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que conseguiu uma doação de R$ 200 mil da Associação dos Voluntários do Hospital Infantil (Avos), o que vai ajudar na compra dos materiais que faltam. Houve também troca na direção da unidade de saúde.
Situação atual do Hospital Infantil
O secretário comentou a situação atual do hospital. “Algumas cirurgias foram postergadas, ou seja, adiadas para alguns dias para frente. Nós fizemos um esforço todo especial nos últimos dias, a partir de quarta (23), quinta-feira (24) intensificando o pedido para a Secretaria da Fazenda fazer o repasse“.
Caropreso afirmou que a verba de R$ 200 mil da Avos já está à disposição: “A partir de terça, 29, já vamos fazer as compras daqueles materiais que haviam sido motivo de licitação”. “O que já foi licitado da SES (Secretaria de Estado da Saúde), nós vamos comprar através da SES e o que não foi, através dessa rede de voluntários”, complementou.
“De dois a três dias, tudo vai estar normalizado. Agora com certeza mesmo nós precisamos de uma semana para todos os procedimentos de todas as especialidades serem colocados à disposição“, afirmou o secretário.
Além da verba da Avos, a SES também receberá uma quantia da Secretaria de Estado da Fazenda. “É um repasse que viria de qualquer maneira, mas nós estamos priorizando essa área hospitalar. Para nós, o dia a dia tem sido de priorizações. No caso agora para os setores de urgência e também de centro cirúrgico e UTI dos hospitais públicos. São mais de R$ 3,5 milhões que foram colocados à disposição pelo governo para a gente dar uma normalizada para vários meses para frente”, disse Caropreso.
Falta de materiais
Na sexta-feira (25), faltou fio cirúrgico, um material básico para qualquer hospital, conforme o diretor. Esse problema é recorrente há dois meses.
O hospital só tem conseguido fazer as cirurgias com a ajuda da Associação de Voluntários de Saúde do Hospital Infantil Joana de Gusmão (Avos), que tem comprado os materiais que faltam.
Mudança na direção
No hospital, também houve troca na direção. O médico Carlos Schoeller foi exonerado e substituído pelo também médico Mauricio Laerte Silva. Sobre isso, o secretário de estado da Saúde afirmou que a iniciativa da exoneração partiu de Schoeller. “Um ex-secretário de Saúde, uma pessoa que deu sempre a vida, todo o seu empenho para aquele hospital. Eu tenho certeza que a atitude dele foi para se colocar à disposição do secretário para enfrentar essas dificuldades“.
Carlos Schoeller permanece no hospital como médico. “Eu imaginava que isso pudesse acontecer [saída da direção do hospital]. Eu tratei sempre esse assunto com toda a verdade e com todo respeito. A gente não quis colocar em risco a vida de pacientes”, disse o diretor que deixa o cargo em entrevista à CBN Diário.
“O principal problema hoje é a falta de material cirúrgico e material de emergência e de rotina. Nós tivemos até falta de papel toalha e papel higiênico algumas semanas ou meses atrás. Na verdade, são 109 itens que estão faltando aqui no hospital“, continuou Schoeller.
Questionado se haverá recursos para mudar a situação do hospital, o dono diretor, Mauricio Laerte Silva afirmou que ainda vai se inteirar sobre as licitações em andamento. “Não sei exatamente em que pé que estão esses pregões e quais os materiais exatamente, os quantitativos. Mas, com esse primeiro mês, com esse aporte de R$ 200 mil que daria conta do custeio para manter as cirurgias em andamento normalmente, nós próximos meses com certeza os outros insumos serão adquiridos“, disse o novo diretor.