Um levantamento do Ministério da Saúde (MS) apontou que 57 gestantes apresentaram quadro de sífilis no Amapá. Os dados são de janeiro a junho de 2017. A doença em estágio congênito causa complicações na gravidez e afeta o bebê.
Sífilis: há motivo para alarme?
De acordo com a pesquisa divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), grávidas com idade entre 20 e 34 anos lideram o ranking com 32 casos registrados. Gestantes até 19 anos, foram 20 casos. Já entre 35 e 49 anos, o Estado confirmou cinco.
A sífilis é transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por via sexual, mas também pode passar de mãe para filho, durante a gravidez. A falta de tratamento pode causar cegueira, demência e más formações, no caso de fetos. O aumento dos casos da doença no Brasil preocupa especialistas.
Para a infectologista da Sesa, Helena Progenio, o tratamento da doença para as gestantes é simples. O processo, feito com penicilina, é importante para evitar complicações na mulher e para evitar que o bebê seja contaminado com a doença.
“Não há tratamento diferenciado para as gestantes, sendo que o medicamento é indicado para qualquer paciente infectado com a sífilis, que é a de penicilina benzatina, medicamento conhecido pelo nome comercial de Benzetacil. Esse é o único medicamento capaz de impedir a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o filho”, explicou.
Em 2016, o Amapá contabilizou 170 grávidas contaminadas com a doença. Desse número, 92 casos foram entre mulheres de 20 a 34 anos. Mães de 35 a 49 anos, somaram 25 casos. E até 19 anos, foram 53 registros.
Sífilis em bebês
O Amapá apresentou em 2016 redução no número de recém-nascidos que contraíram sífilis. O dado é de janeiro a abril e foi registrado no Hospital da Mulher Mãe Luzia, única maternidade pública do estado. Os números apontam para 18 casos identificados no período. Em 2015, foram 24.
De acordo com o hospital, tanto a mãe quanto os bebês registrados com a doença iniciam o tratamento à base de antibióticos, assim que descoberta a sífiles. No caso dos recém-nascidos ocorre uma internação de dez dias.