A Avenida FAB, uma das principais vias de Macapá, foi o local escolhido por trabalhadores terceirizados da rede pública de saúde para um protesto por atrasos no pagamento de salários. Na manhã da sexta-feira, 25 de agosto, o grupo se concentrou em frente a sede da Secretária de Estado de Saúde (Sesa), no Centro.
De acordo com o chefe de gabinete da Sesa, Pedro Lopes, o atraso no repasse de dinheiro não chega a dois meses. Ela destaca que, pela lei, uma empresa licitada precisa ter capital de, pelo menos, três meses para suprir eventuais atrasos em repasses de órgãos públicos. O G1 tentou contato com as duas empresas envolvidas, mas não obteve retorno.
“A Sesa passa por um problema de orçamento para poder fazer o pagamento, mas estamos resolvendo essa situação. Até meado da próxima semana, tudo será resolvido. Já atendemos os manifestantes. Os problemas existem e estamos aqui para receber as empresas e os sindicatos para chegarmos a uma solução”, destacou Lopes.
Já o Sindicato de Asseio e Conservação do Estado do Amapá (Stacap) contesta essa versão. A categoria ressalta que estão com três meses atrasados e que durante esse tempo não recebe respostas sobre a situação.
Para o presidente da Stacap, Júnior Leitão, o problema entre as empresas e a secretaria resulta em prejuízo a categoria que atua em hospitais. São cerca de 700 trabalhadores, entre auxiliar de serviços gerais, atendentes, recepcionistas, maqueiros e outros.
“Vamos fazer três meses que não recebemos e todo esse tempo não tivemos nenhuma resposta sobre pagamento. Os trabalhadores que ainda estão prestando serviço são de 30% porque determina a lei, mas a outra parte, 70%, resolveu cruzar os braços”, disse o presidente.
Na casa da auxiliar de serviços gerais Regiane de Sousa, de 39 anos, a vida não está nada fácil. A trabalhadora aderiu a greve de tempo indeterminado deflagrada na quinta-feira (24) e participou do ato na tentativa de conseguir uma solução aos transtornos.
“A gente não tem dinheiro. Estamos passando fome. Conheço colegas nossos que foram despejados por falta de pagamento de aluguel. Estamos também com o vale de alimentação atrasado. Se não tem dinheiro para pagar os salários, então não vamos mais trabalhar”, disse.
O trânsito ficou lento na região do Centro durante a manifestação que prosseguiu de forma pacífica. A Polícia Militar (PM) esteve no local com objetivo de liberar a via para a passagem dos ônibus, carros e outros veículos.
Fonte: G1