O presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Waldir Araújo Cardoso, acompanhou nesta sexta-feira (21/07), o terceiro dia do 10º Fórum Iberomericano de Entidades Médicas que é realizado pela Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (Confemel), na Cidade do Panamá. Foram tratados os temas: Regulação Penal das Atividades Médica, Dilemas Relativos ao Final da Vida e Interrupção Voluntária da Gravidez.
O aumento do número de processos contra médicos e de legislações que visam punir os profissionais tem sido comum em diversos países. Na Guatemala foi aprovada uma lei que pune a chamada “Violência Obstétrica” e na Costa Rica 90% das denúncias contra médicos são penais com 5% de condenação.
“O crescimento da judicialização é uma realidade que estamos observando também no Brasil e por isso a importância da FMB participar deste evento para ampliar a troca de experiências”, avalia Waldir.
No debate sobre Dilemas Relativos ao Final da Vida, a eutanásia recebeu destaque. O médico Juan José Rodríguez Sendín, da Espanha defendeu que retirar tratamento inútil, não aceitar algum tipo de tratamento ou sedar para evitar o sofrimento não é eutanásia. “A compaixão é a alma da medicina” citou as palavras do Papa Francisco.
Para Karla Chavez Cheves, da Guatamela a eutanásia é um grande dilema ético. Em seu país o procedimento é crime.
Na mesma linha, o debatedor Miguel Palacios, do Peru, defendeu na mesa sobre Interrupção Voluntária da Gravidez que o aborto é contrário à ética e atenta contra a dignidade da mulher, além de ser uma inequívoca contradição emocional.
O exemplo do Uruguai que teve queda na mortalidade materna com legalização do aborto foi apresentado pelo presidente do Sindicato Médico do Uruguai, Gustavo Greco, em defesa de leis que garantam a interrupção segura da gravidez.
Um documento elaborado sobre a interrupção voluntária da gravidez será discutido pelos países membros e deliberado em assembleia ordinária da Confemel, em Lima, no Peru, no mês de novembro.