Entidades de profissionais da saúde, como o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) e a Frente em Defesa do Sistema Único de Saúde, estão em alerta com uma proposta de reestruturação das unidades de saúde da capital paulista – dentre as sugestões, está o fechamento das AMAs (Assistência Médica Ambulatorial).
Elaborado pela SMS (Secretaria Municipal da Saúde), o documento trata de diretrizes para o atendimento e se apresenta como “marco inicial e ponto de partida” da administração do prefeito João Doria (PSDB) na área da saúde.
Um dos itens propõe que as AMAs integradas a UBSs (Unidades Básicas de Saúde) sejam “reorganizadas em Unidades de Atenção Básica ou Especializada”, e que as AMAs 12 horas sejam “adequadas” e “transformadas em unidades de atenção à urgência e emergência 24 horas”.
Apesar de falar em substituição –e não em fechamento– destas unidades, a reestruturação vem em um contexto de cortes na pasta da saúde. Neste ano, a prefeitura reduziu o orçamento previsto para a secretaria em 20,7%, ou R$ 1,38 bilhão.
Eder Gatti, presidente do Simesp, explica que é exatamente esta a preocupação dos profissionais. “Se a proposta fosse em um momento com maior aporte financeiro para a saúde, eu ficaria feliz em acreditar que de fato vão ampliar o atendimento.”
Também crítico à mudança, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) avalia que “a prefeitura não dá prazo e não tem dinheiro para abrir novas unidades” e que “a AMA tem especialidades que outras unidades não têm.”
Segundo Gatti, é fundamental que a prefeitura diga “como, quando e quanto vai investir”. “Se esse discurso de corte for sustentado, a consequência será demissões de profissionais e desassistência à população”, avalia.