A obra da Upa Sul de Palhoça, em Santa Catarina, pode não ficar pronta de novo. Há um impasse entre a construtora e a prefeitura. Nesta terça-feira, a secretária de Saúde, Anna Paula Heiderscheidt, disse em entrevista ao Jornal do Almoço que a obra está parada porque fiscais da prefeitura perceberam irregularidades na execução do projeto. A obra deveria estar pronta desde outubro do ano passado e teve o prazo prorrogado para fevereiro do ano que vem
— Por algumas divergências técnicas na Secretaria de Obras com os técnicos da empresa a obra foi parada. Notificamos a empresa até para solicitar uma reunião.
O Município informa que tenta uma reunião com a Novo Teto Construtora desde o início do ano. O caso está na Procuradoria Geral do Município, que analisa uma possível rescisão do contrato. Se isso acontecer, o prazo dado pelo Ministério da Saúde para entregar a UPA à comunidade não vai ser cumprido.
Anna Paula garante que a prefeitura tem os recursos para acabar a obra. Segundo a secretária, as caixas que estão dentro do prédio não guardam um raio-X. A parte principal do equipamento está na sede da Secretaria da Saúde.
A empresa responsável pela obra informou que constatou diversos problemas no projeto da UPA e solicitou as correções à Prefeitura. A construtura afirma que o Município ainda deve R$ 67 mil e que já pediu a rescisão do contrato.
Para entregar a obra ainda faltam pintura, parte elétrica e pavimentação externa. A UPA está com 80% da obra concluída e depende de recursos federais atrasados. Enquanto isso, moradores da região Sul de Palhoça são atendidos pelo pronto atendimento anexo ao posto de saúde na Pinheira e pela UBS na Passagem do Maciambu.
Na segunda-feira, 17 de julho, uma reportagem do Jornal do Almoço, na RBSTV, mostrou a unidade completamente abandonada, com o mato tomando conta. Tijolos e materiais de construção deixados no local, paredes com rachaduras e reboco se esfarelando. Do lado de dentro, limo no chão e nas portas e infiltrações no teto.
O prédio fica totalmente aberto. Os moradores acreditam que só não levaram os materiais de dentro da unidade porque o prédio fica do lado de um posto policial.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que, dos quase R$ 1,5 milhão destinados à construção da UPA, já foram feitos dois repasses, um de R$ 140 mil e outro de pouco mais de R$ 1 milhão. A terceira parcela, de R$ 140 mil, só será paga mediante atestado de conclusão da obra.