Mais da metade dos brasileiros está envolvida com duas das principais redes sociais do mundo. Facebook e Instagram polarizam quase 140 milhões de usuários ativos no país. É um universo que nos parece infinito, inalcançável, mas sendo utilizado de maneira profissional, a rede social é uma grande aliada na divulgação responsável da mensagem que qualquer médico ou clínica deseje levar a seu público-alvo mesmo tendo que manter vigilância às normas de publicidade estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Não é novidade para ninguém que basta uma pequena dor, uma reação estranha no corpo para que o cidadão busque no ‘Dr. Google’, uma orientação para resolver seu desconforto. De acordo com pesquisa realizada pelo portal Minha Vida, que desenvolve produtos e conteúdos digitais para a área, 94% de quem participou desta investigação confirma que pesquisou na internet informações sobre saúde.
A busca por este tema é uma oportunidade do médico tornar-se referência porque está dando aos usuários a chance de terem acesso a conteúdo confiável, criando afinidade e proximidade.
Ciente dessa oportunidade, vamos à prática. Ao elaborar um planejamento de divulgação de informações no ambiente digital, o primeiro passo é definir quem irá realizar esse serviço. A opção vai desde a secretária do consultório, o sobrinho que entende tudo de internet, passa pelo próprio médico e chega a uma agência especializada em produção de conteúdo, gerenciamento de redes sociais e análise de resultados. A decisão por quem será o responsável por abastecer esses espaços digitais é o quanto se está disposto a investir com responsabilidade e profissionalismo em imagem.
Geralmente quando a secretária, o sobrinho ou o próprio médico ficam responsáveis por esse serviço, damos um prazo de até dois meses para que as redes fiquem completamente paradas. O motivo? Não estão preparados e nem se organizaram para essa atividade!
O contrato com uma agência profissional estabelece o número de postagens, as artes, a garantia do uso de imagens com permissão editorial e o período de contrato, dando a essa atividade um caráter mais apropriado à imagem que o médico quer imprimir, até porque, estará sendo feita por um profissional, que assim como o médico, é dedicado à sua área de atuação.
Ainda sobre a contratação de uma agência especializada em redes sociais é muito importante que ela seja dedicada e tenha experiência na área médica. Somente quem tem conhecimento sobre as regras do CFM tem competência para esse trabalho porque evitará que o médico envolva-se com problemas primários.
Outro ponto importante é elaborar um calendário de divulgação de informações. Geralmente mensal e sempre observando temas que estão em destaque.
Iniciado o trabalho, é preciso monitorar diariamente e, dependendo do tamanho que a rede chegue, pelo menos duas vezes ao dia, o desempenho das postagens. Essa análise permite decidir os patrocínios de temas que muitas vezes sozinhos não chegam ao público desejado. Sem esquecer que esse monitoramento próximo faz com que todos os contatos feitos via rede social (comentários, perguntas e críticas) sejam respondidos em tempo adequado.
Um bom planejamento de gerenciamento de redes sociais traz inúmeras vantagens, entre elas a credibilidade, a confiança dos usuários, o aumento da visibilidade, a proximidade e um posicionamento diferenciado de seu concorrente.
De ponto negativo está o fato de muitas pessoas confundirem essa proximidade do médico com a substituição de uma consulta presencial. Na rede social são solicitados preços de consultas e procedimentos, são feitas perguntas sobre dores aqui e acolá, são enviadas fotos e pedidos por esses espaços (incluindo aqui a cada vez mais frequente consulta pelo Whatsapp!)
Reforçamos que isso é um enorme equívoco e que os profissionais precisam afastar-se dessas situações que geram problemas quando, novamente, lembramos das orientações do CFM.
Os pontos positivos sobrepõem-se aos negativos nessa presença dos médicos na internet. Lembrar sempre que responsabilidade, comprometimento e profissionalismo, quesitos válidos para a atividade profissional presencial, devem ser transpostos para o ambiente digital como garantia de reforço de marca, de imagem e chancelamento da competência profissional sem expor-se de maneira equivocada.
Por: Carla Cavalheiro é jornalista da Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB (Foto: Rubens Flôres)