Pacientes que aguardam cirurgias ortopédicas no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), em Macapá, reclamam que a falta de materiais correlatos, como gaze, algodão e seringas, impede a realização dos procedimentos. A espera chega a dois meses, segundo eles.
Além de demora, os internados reclamam de dores, e que medicamentos para uso diário estão em falta. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que concluiu nesta semana o processo de licitação com as empresas fornecedoras e desde quarta-feira, 19 de julho, iniciou a distribuição de materiais como seringas, algodão, gaze e remédios em todos os hospitais no estado.
O site de notícias G1 falou com três pacientes internados no hospital que precisam de cirurgia. De muletas e em cadeiras de rodas, eles foram até o lado de fora do prédio, nesta quarta-feira, como ato de protesto, para relatar sobre a demora para a realização dos procedimentos.
O mototaxista Márcio Santos, de 32 anos, reclamou que aguarda desde o dia 31 de maio para fazer uma operação após sofrer fratura na tíbia em acidente de trânsito em Macapá.
“Já fiz todos os exames e agora aguardo apenas a cirurgia, mas ainda não foi marcada porque não tem material. O próprio médico que me atendeu falou isso, e até indicou um hospital particular, mas não tenho condições financeiras para arcar com esses custos. E sinto muitas dores na perna, mal consigo andar”, reclamou.
Sem poder andar, o mototaxista Amoziel Almeida, de 32 anos, diz estar internado desde 18 de junho no Hcal. Ele conta que teve a cirurgia adiada pela segunda vez devido a falta de materiais. “Estou há um mês aguardando, e minha cirurgia foi adiada duas vezes. Vi muitos pacientes voltarem pra casa sem fazer a cirurgia. Estou me sentindo abandonado”, lamentou.
O mototaxista Márcio de Almeida, de 30 anos, quebrou a perna esquerda também em acidente de trânsito e aguarda pela cirurgia há dois meses. Ele diz que a direção do hospital não deu previsão de quando o procedimento poderá ser feito. “Não tem nem seringa, volta e meia falta água e com isso ficamos sem poder fazer a cirurgia”, frisou.
O secretário de estado de Saúde, Gastão Calandrini, reforçou que uma reunião foi feita com os fornecedores que venceram a licitação para os correlatos. Após o encontro na terça-feira, 18, foi definida a distribuição dos materiais.
“Havia esse desabastecimento devido ao processo de licitação ainda não ter sido concluído, mas já reunimos com as empresas vencedoras, que farão a distribuição do material. O atraso nas cirurgias também ocorre devido ao número de leitos ainda ser insuficiente para a demanda, mas reformas que serão feitas no Hcal e Hospital de Emergências vão ampliar a rede de atendimento”, explicou.