Depois de quase um ano do pedido feito ao governo do Estado para que realizasse o exame radiométrico da sala em que está o aparelho de raio-x do Hospital João Câncio Fernandes, de Sena Madureira, continua a suspeita de vazamento de radiação para o cômodo ao lado, a sala de emergência, em que são atendidos os pacientes em estado grave.
Sem as respostas necessárias e devido a urgência do caso, o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) encaminhará denúncias aos órgãos competentes, pedindo que os administradores da saúde sejam responsabilizados por prevaricação em caso de confirmação da irregularidade.
A falta de resposta para a reclamação foi verificada em uma visita realizada por diretores ao hospital, na quinta-feira, 29 de junho. A reclamação dos trabalhadores é que a barita, argamassa utilizada para isolar a sala de raio-x, estaria comprometida, não apresentando quantidade suficiente para impedir a contaminação de pacientes e de servidores.
Para o presidente o Sindmed, Ribamar Costa, a situação é gravíssima de demonstra a falta de interesse dos governantes em oferecer saúde de qualidade.
“Esperamos que o caso seja tratado com seriedade para que a população e os profissionais não sofram com doenças graves resultantes dessa contaminação. Temos diversos casos na história em que a população sofreu muito”, afirmou o sindicalista.
A denúncia será encaminhada para o Conselho Regional de Medicina (CRM), para o Ministério Público do Estado (MPE) e para o Ministério da Saúde para que haja uma auditoria na unidade de saúde.
A barita é usada para vedar a sala de raio-x e deve existir um reforço extra no local em que o tubo do aparelho dispara a radiação, quando o paciente fica em pé para fazer um raio-x do tórax.
Na hora do disparo, a radiação primária deve atingir o corpo do paciente a ser examinado e toda a sala acaba recebendo a radiação secundária, por isso o radiologista precisa utilizar o avental de chumbo.