A previsão da Prefeitura de Santo André de normalizar o abastecimento de remédios na rede pública de Saúde até o fim do mês passado não se confirmou. A população continua a ter dificuldades em encontrar alguns medicamentos nas unidades. O governo admitiu o problema. Com 70% do estoque completo, segundo o prefeito Paulo Serra (PSDB), a previsão agora é a de que, até a primeira quinzena de julho, o abastecimento chegue a 95%.
O chefe do Executivo salienta que “a perda de credibilidade por falta pagamento da Prefeitura, gerada pelo endividamento da gestão anterior”, acarretou no não cumprimento do prazo. “A gente pagou a dívida de R$ 7 milhões, 15 meses de atraso e está reabastecendo, mas não foi de uma vez, muitos (fornecedores) ainda ficam com o pé atrás, um pouco desconfiados e não fornecem no mesmo ritmo que a gente tinha a expectativa”, fala, ressaltando que a atual gestão foi iniciada com apenas 20% de medicamentos disponíveis. “Estamos nos esforçando muito para chegar a 100%, pensando até em outros modelos de gestão, como programas informatizados de entrega e retirada. Em breve, teremos novidades”, conclui Paulo Serra, sem entrar em detalhes.
Um dos remédios que ainda estão em falta é o Sinvastatina, que atua na redução dos níveis do mau colesterol (LDL-colesterol) e de substâncias gordurosas chamadas triglicérides e aumenta os níveis do bom colesterol (HDL-colesterol) no sangue. “Minha mãe e eu tomamos esse remédio e já tem meses que não encontramos em local nenhum. Como é de uso contínuo, temos de comprar”, conta o autônomo Evandro Pini Silva, 42 anos.
A dona de casa Erika Fernanda Corrêa da Silva, 44, faz uso do Nortriptilina, indicado para o tratamento de depressão e desde abril não consegue retirá-lo. “Sem ele, tenho dores de cabeça e muita ansiedade. É terrível”, lamenta.
Em nota, a Prefeitura informou que ambos os medicamentos estarão disponíveis aos usuários “aproximadamente no fim de julho”.