Na segunda-feira, dia 19, encerra o prazo para a Administração Municipal de Criciúma realocar os 62 pacientes da Casa da Saúde do Rio Maina, único local com atendimento psiquiátrico do Sul do Estado que atende pelo SUS. Depois de um novo atraso no pagamento dos salários, os funcionários pararam mais uma vez. O Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV), que administra o local, não aceitou o valor oferecido pelo Executivo no novo contrato de prestação de serviço, e por isso as partes não chegaram a um acordo.
Na sexta-feira, o juiz da 2ª vara da Fazenda de Criciúma, Pedro Aujor Furtado Júnior intermediou uma nova conversa, com a presença do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Criciúma (Sindisaúde). O ISEV diz que os cerca de R$ 140 mil mensais propostos pelo Executivo não cobrem nem a folha de pagamento dos funcionários, e que na administração anterior, os repasses ficavam na casa dos R$ 300 mil. Sem a renovação do contrato, a Casa de Saúde deixa de atender os pacientes do SUS e mantém somente os particulares e conveniados.
No final do mês passado, o juiz Aujor acatou o pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para bloquear R$ 550 mil das contas da prefeitura, referentes à dívidas com a unidade de saúde. A administração municipal apresentou as contas e provou à justiça que não tinha valores em aberto com o ISEV, e o bloqueio foi suspenso. A secretária de Saúde de Criciúma, Francielle Gava, disse que na segunda-feira irá se reunir com secretários da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) para buscar uma solução para o encaminhamento dos pacientes.
—O Hospital Psiquiátrico do Rio Maina é particular, não é do município, ele compra os serviços, e o atual administrador ISEV não demonstrou na mesa de negociações, interesse em fazer um contrato com os valores ofertados pelo SUS. Sendo assim, não se tornando mais um prestador, faz-se a necessidade de realocação e transferência dos pacientes que temos hoje na instituição — explicou.