O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) denunciou o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) ao Ministério Público do Trabalho. Em audiência realizada na manhã de quarta-feira, 07 de junho, o Simers levou ao MPT novos elementos de prova para o inquérito que investiga as manobras da empresa que afetam os direitos trabalhistas dos médicos. O Gamp atua em várias unidades de saúde de Canoas.
Em torno de 500 médicos que integram os serviços administrados pelo Gamp no município sofrem com a sonegação de direitos, entre eles o condicionamento da prestação de serviços ao ingresso em uma empresa constituída pelo próprio Grupo. A mínima participação na sociedade (0,01%) não isenta os profissionais dos riscos implícitos na sociedade, além de precarizar a relação de trabalho.
Simers ingressa com ação coletiva
A vice-presidente do Sindicato, Maria Rita de Assis Brasil, ressaltou que o Sindicato já ingressou com ação coletiva para garantir os direitos trabalhistas dos profissionais. Além disso, há relatos de médicos que foram demitidos por justa causa ao corroborar com as denúncias da entidade. Desde que a empresa assumiu a gestão do Hospital Universitário, Hospital de Pronto Socorro, CAPs e UPAs do município, em dezembro de 2016, o Simers luta pelo pagamento de remunerações e condições de trabalho e de atendimento à população.
“Estamos diante de um universo de problemas que inclui também o total desprezo com o trabalhador. O Gamp não fornece contracheques, comprovações e sequer o informe de rendimentos para que os médicos declarem seu imposto de renda”, destaca Maria Rita.
Além de responsabilizar o Gamp, o sindicato exige que o gestor, responsável pelo chamamento público que contratou a empresa, responda pela vulnerabilidade do serviço oferecido e a negligência com os trabalhadores.