Pacientes dos hospitais da rede de saúde pública municipal, em Belém, que forem fazer procedimentos agendados, como cirurgias e exames que necessitem de anestesias, podem ter dificuldades. O motivo é que desde ontem, médicos anestesiologistas, que prestam serviços para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), estão paralisados por tempo indeterminado. Apenas os casos graves serão atendidos pela categoria.
A paralisação, segundo a categoria, é um protesto porque a Prefeitura de Belém não estaria pagando, há 10 meses, os honorários referentes aos procedimentos realizados. A Sesma foi notificada há 1 mês, pela Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas no Estado do Pará (Coopanest-PA), sobre a suspensão dos serviços. Porém, não houve negociação.
“Não queremos fazer isso com a população. Não é nosso objetivo prejudicar ninguém, mas somos trabalhadores e precisamos receber”, argumenta uma médica, que preferiu não ser identificada. A suspensão das atividades também foi informada ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) e ao Ministério Público Estadual (MPE), pelo Coopanest-PA. “Esta é uma maneira de pressionar a Prefeitura para que faça o nosso pagamento”, completou.
Atendimento
Os anestesiologistas não são funcionários da Sesma. Eles recebem por cada atendimento realizado. Entretanto, os atuais valores dos procedimentos, tabelados pelo Ministério da Saúde (MS), estão sendo questionados pela classe, porque não há reajuste há 10 anos.
A Prefeitura também paga um acréscimo ao valor fixado pelo MS, mas que segue sem reajuste. “Esse bônus está congelado há 6 anos. Cobramos o aumento dele”, conta a médica. No Estado, há 224 cooperados, que atendem os hospitais públicos e particulares. A categoria afirma que não falta efetivo em Belém. A Sesma foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.