O tratamento de pacientes acometidos por doenças relacionadas ao tabagismo em Alagoas levou o Sistema Único de Saúde (SUS) a gastar R$ 39 milhões no ano passado. Os números foram divulgados pela Coordenação do Programa de Combate ao Tabagismo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“São recursos significativos e, o mais importante, que poderiam ser poupados“, observa Vetrúcia Teixeira, coordenadora do Programa de Combate ao Tabagismo da Sesau. Para ela, o grande montante de recursos deixa clara a necessidade dos alagoanos abolirem o tabaco de suas vidas, reduzindo as doenças provocadas pela exposição a ele.
Esse número preocupa, porque o uso excessivo de cigarro é apontado como causa importante para o desenvolvimento de enfermidades gravíssimas, entre elas as coronarianas, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), câncer de pulmão, infartos do miocárdio, derrame cerebral, úlceras do estômago a impotência sexual masculina. Segundo o último levantamento realizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Alagoas registrou 3.847 óbitos na faixa de etária de 30 a 69 anos em 2013. Em 2012, foram 3.671, e, no anterior, foram 3.703.
A nicotina, um dos principais componentes do tabaco, é um estimulante potente, segundo alerta Vetrúcia Teixeira. Segundo ela, alguns segundos após a inalação do fumo, a substância alcança o cérebro e estimula a produção de adrenalina, produzindo um aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial.
De acordo com a coordenadora do Programa do Combate ao Tabagismo da Sesau, a alimentação balanceada e os exercícios físicos são importantes instrumentos para conseguir enfrentar a abstinência de nicotina. “Em nossos Núcleos de Controle do Tabagismo, que são ferramentas fundamentais para redução do número de fumantes em Alagoas, os usuários aprendem exercícios de respiração e meditação, para que lidem de uma forma tranquila com a ansiedade. Por conta da fissura por fumar, eles acabam ficando de mau humor, irritados e, por vezes, perdem até a concentração“, destacou.