Hospital Parque Belém, localizado no bairro Belém Velho, na Zona Sul de Porto Alegre, fechou por tempo indeterminado na quarta-feira, 24 de maio. Os cerca de 40 funcionários foram demitidos e os pacientes receberam alta.
De acordo com o presidente da Associação Sanatório Parque Belém, Luiz Augusto Pereira, falta dinheiro para manter o funcionamento do hospital. Ele diz que as portas foram fechadas porque, desde a gestão passada, a Prefeitura Municipal deixou de encaminhar pacientes e, com isso, também não repassa recursos.
“Nós estamos mantendo os equipamentos ligados de tempo em tempo e queremos que sejam utilizados, porque um equipamento que não está sendo usado pela comunidade é inútil. Precisamos que o poder público faça alguma coisa“, diz Pereira.
A crise financeira do hospital começou depois do processo de modernização da instituição. A meta era abrir uma emergência em julho de 2012. O Ministério da Saúde prometeu R$ 3 milhões e a prefeitura, outros R$ 3 milhões para o atendimento. A verba do governo federal não veio e o dinheiro do município foi gasto em outros serviços.
Os funcionários do hospital afirmam que não recebem salários há três meses. Dizem também que não ganharam o 13º e que a culpa pelo fechamento da instituição é da própria direção do hospital.
“Não temos médicos. Não teve enfermeira no plantão. Não teve segurança do plantão. Nós chamamos a polícia milhões de vezes. Ligamos para o administrador e ele não atende o telefone. O diretor não nos atende“, reclama a técnica em enfermagem Renata de Lima.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que para ser parceiro, o hospital tem que fornecer toda estrutura e pessoal necessários para assegurar a segurança e o cuidado aos pacientes.
Sem mencionar diretamente o Hospital Parque Belém, a nota informa ainda que aberturas, mesmo que parciais, são caras e geram risco ao paciente e ao resultado da rede. Sempre que a entidade atenda aos requisitos, o contrato é possível, dentro das limitações financeiras da secretaria.
O Sindisaúde-RS, que representa os funcionários do hospital, diz que desde o ano passado alertava sobre as condições financeiras da instituição. Agora, espera os trabalhadores procurarem a entidade para entrar com uma ação contra a mantenedora do hospital.
“Eles estavam trabalhando quase que de forma voluntária. Se não forem à Justiça, os trabalhadores vão sair com uma mão na frente e outra atrás“, analisa o vice-presidente do sindicato, Julio Appel.