O atraso na abertura do Hospital Regional de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, agrava a superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Na tarde de segunda-feira, 15 de maio, 32 macas ocupavam os corredores à espera de internação na instituição em funcionamento, que tem 23 leitos.
“Muitos pacientes ficam aguardando na sala de recuperação, aguardando um leito, então trava as cirurgias. Temos equipe, equipamentos prontos, e não temos espaço para os pacientes“, lamenta o chefe do setor de urgência e emergência do HUSM, Vivakanand Satram.
A dona de casa Solange Maria Machado de Oliveira conta que levou a nora, com pedra na vesícula, para ser submetida a uma cirurgia. A paciente aguarda um leito desde a manhã de sábado, 13. “Ela foi oito vezes para a UPA e aí veio para cá, para não ficar sofrendo em casa com dor, como ela sofre“, conta Solange.
Reforma em prédio novo
De acordo com documento repassado pela Secretaria de Saúde à Assembleia Legislativa, o projeto é antigo e foi modificado “inúmeras vezes” ao longo de 10 anos obras. Por isso, precisa de reparos antes da compra dos equipamentos.
“A sociedade de Santa Maria e região precisa continuar mobilizada, pressionando esse governo para que dê uma resposta concreta e oficial do que vai acontecer, senão creio que este hospital vai continuar sendo, pelos próximos dois ou três anos, um elefante branco para Santa Maria“, diz o deputado estadual Valdeci Oliveira, vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia.
Orçada em R$ 45 milhões, a construção do Hospital Regional acabou tendo um custo de R$ 70 milhões. O Ministério Público Federal (MPF) investiga a demora na conclusão da obra.