O médico que teve documentos falsificados por um homem que se passava por ele para exercer a medicina se disse indignado com o crime. Marcel Marques Peres falou com exclusividade à TV Morena na quinta-feira, 27 de abril.
“Você passa tantos anos estudando, se especializando e, de repente, vê o seu nome sendo utilizado de uma forma inadequada, sendo sujado. A gente sente uma indignação muito grande nessa situação“, afirmou.
Marcel ainda questionou o argumento da defesa do suspeito. O advogado de Marx Honorato Ortiz, de 38 anos, alegou que, apesar do cliente não ter concluído o curso de medicina que fez na Bolívia, atendeu corretamente um paciente de 56 anos que morreu após ser atendido e liberado pelo falso médico em Paranhos, sudoeste de Mato Grosso do Sul.
“Esse tipo de situação, que também é conhecido como internato rural, ele é feito com supervisão de um médico das faculdades de medicina, nunca sozinho. Isso aí em hipotese nenhuma ocorre“, garantiu Peres.
Marx foi preso em Campo Grande na quarta-feira, 26, acusado de falsidade ideológica, exercício irregular da medicina e homicídio doloso. A Justiça já aceitou denúncia do Ministério Público e ele se tornou reu. A defesa pediu habeas corpus.
As buscas pelo acusado começaram em 2014, após a família do paciente que morreu em Paranhos registrar boletim de ocorrência. Ao procurarem pelo falso médico, os policiais acabaram chegando ao verdadeiro, que negou ter atendido o paciente. Foi quando a farsa veio à tona.
Marx Honorato atendia no hospital municipal de Paranhos, mas não fazia parte do quadro de médicos. O homem era contratado de uma empresa terceirizada e cobria plantões quando algum profissional da escala faltava. A empresa alegou à polícia que contratou o acusado com base nos documentos apresentados por ele.
A polícia quer descobrir agora se o acusado também atendia em Campo Grande. Segundo as investigações, antes de ser preso, ele prestava serviço voluntário em uma casa de apoio a moradores de rua, na capital.