A organização social (OS) Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp), que administra o Hospital Estadual, o Hospital Estadual Manoel de Abreu Maternidade Santa Isabel, o Hospital de Base e o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), todos em Bauru, não respeitou a Convenção Coletiva de trabalho e não aplicou os reajustes salariais dos médicos, de 9,62%, negociados entre Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil). Inclusive, outras categorias profissionais estão em greve por essa mesma razão.
Para definir as próximas ações dos médicos que trabalham nas unidades, o Simesp realizou ontem, dia 25, uma assembleia com os profissionais do município. “Os médicos não abrem mão da Convenção Coletiva. O Sindicato procurará a Famesp para diálogo sobre a situação e, caso não haja acordo, há a possibilidade de levar a questão para a Justiça do Trabalho”, explica Eder Gatti, presidente do Simesp. E completa: “Os médicos ainda não chegaram a pensar em greve por se preocuparem com a manutenção do funcionamento dos serviços de saúde, tendo em vista a necessidade da população por assistência”.
Pelo não cumprimento da Convenção Coletiva, a Famesp alega problemas financeiros. Ainda segundo Gatti, a responsabilidade pelo financiamento da saúde e do funcionamento desses serviços é do governo do Estado. “Se não há recursos é porque o governo não está fazendo o financiamento adequado das unidades. A Famesp é uma intermediária, que repassa erroneamente o subfinanciamento para que o trabalhador arque com esse ônus, o que não tira sua obrigação de pagar corretamente os profissionais contratados”, finaliza.