A tragédia da saúde pública não tem fim. O Bom Dia Brasil começa com a informação assustadora de que estão parados mais de 130 aparelhos de tomografia que deveriam atender pacientes dos hospitais públicos. Essas máquinas servem para diagnosticar uma série de doenças, entre elas, o câncer.
A saúde de Ignaldo só piorou desde que foi diagnosticado com um tumor, há 4 meses. Perdeu mais de 30 quilos e tem dificuldades até para falar.
Há um mês Ignaldo saiu de Altamira, a cerca de 800 quilômetros de Belém, e procurou o Hospital Ophir Loyola, referência no estado em tratamento do câncer. São, em média, 300 internações por mês.
Dos dois tomógrafos do Hospital Ophir Loyola, um está quebrado. É o que faz exames mais detalhados para pacientes com câncer.
Atualmente, 40 pessoas precisam desse equipamento para começar o tratamento contra a doença. Mas segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a máquina quebrou há mais de um mês e aguarda conserto.
Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde indicam que, em todo o país, 134 tomógrafos estão parados.
O Ministério da Saúde diz que repassa um valor mensal aos estados e municípios de acordo com o número de exames feitos pelo SUS, mas que o conserto não é tarefa do governo federal.
“Todos os auxílios necessários para a indicação de como consertar, como fazer, o Ministério está aberto a essa conversa. Porém, é de responsabilidade de cada gestor, hoje, do Sistema Único de Saúde”, afirmou o secretário Nacional de Atenção à Saúde, Francisco Figueiredo.
Em Sergipe, a situação é ainda pior: cerca de três mil pacientes do maior hospital público do estado não sabem quando vão fazer o exame porque apenas um dos três tomógrafos está funcionando. A Secretaria de Saúde diz que não vale a pena consertar os equipamentos.
“Porque se trata de um tomógrafo extremamente caro cuja peça equivale à compra de outro tomógrafo novo. O segundo porque tem mais de 16 anos e ele vem quebrando repetidas vezes”, disse o secretário de Saúde de Sergipe, Almeida Lima.
A Secretaria de Saúde também disse que está esperando uma verba do Ministério da Saúde para comprar dois tomógrafos.
Em todo o estado do Amapá, só tem dois tomógrafos na rede pública. E eles estão quebrados desde agosto do ano passado. Oitenta pessoas estão na fila para fazer o exame.
Muitos pacientes cansam de esperar e acabam pagando para fazer a tomografia em uma clínica particular. É o caso do autônomo Eládio Gomes. Ele pagou R$ 350 para fazer o exame do filho.
“Eu, agoniado com a situação, o meu filho sofrendo, tive que fazer particular”, disse Eládio.
Esta semana, o governo do estado fez um acordo com duas clínicas particulares e elas estão atendendo pacientes do SUS, mas apenas os casos mais graves.
Os tomógrafos no Amapá pararam de funcionar porque o contrato com a empresa que fazia a manutenção não foi renovado. E a Secretaria de Saúde, que deveria ter cuidado disso e evitado esse problema, não respondeu quando o conserto vai ser feito.
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Fonte: Bom Dia Brasil