Mães que tiveram manchas avermelhadas pelo corpo durante a gestação e seus filhos, inclusive os que nasceram saudáveis, estão sendo recrutados para pesquisa sobre zika em Pernambuco. As mães estão sendo procuradas desde fevereiro de 2016, mas o processo continua para identificar se as crianças desenvolveram tardiamente ou virão a desenvolver agravos relacionados à síndrome congênita.
Após aceitarem participar, as mulheres são entrevistadas em seus domicílios, dando informações sobre histórico da gravidez, uso de medicação, de bebidas alcoólicas e condições socioeconômicas. Em seguida, têm o sangue coletado para confirmar se contraíram ou não zika. Já as crianças são encaminhadas para consulta com pediatra para fazer ultrassom e coleta de sangue. Segundo a Fiocruz, também são agendadas consultas com neurologistas, otorrino e oftalmologista. As crianças serão acompanhadas por quatro anos.
Desde o ano passado, 600 mães/gestantes foram procuradas, mas apenas metade dos bebês nascidos dessas mulheres foram examinados pelas equipes multidisciplinares. A microcefalia é o agravo mais sério entre os bebês, mas não é o único que pode ser apresentado, como explica o coordenador da pesquisa, professor Ricardo Ximenes.
“Há crianças que nascem aparentemente normais mas não se sabe se elas vão apresentar algum problema no futuro. Trazer as crianças para serem vistas por especialistas que estão na pesquisa permitirá uma intervenção mais precoce, caso seja detectado algum sintoma antes não percebido. Além disso, gera conhecimento que será importante para orientação das futuras grávidas”, comenta Ximenes. Há registros nas crianças de casos de epilepsia, deficiências auditivas e visuais e atraso no desenvolvimento psicomotor.
As mães notificadas pela Secretaria Estadual de Saúde são o alvo da pesquisa. Mulheres que apresentaram manchas vermelhas na gestação e não procuraram ajuda médica, entretanto, podem participar do estudo, entrando em contato com a equipe médica pelos números (91) 2123-7846 e 9 9750-0158.
Fonte: LeiaJá