Neste 08 de março – Dia Internacional da Mulher – que marca uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) reforça o importante convite para adesão à Greve Internacional de Mulheres que será realizada em 40 países. O protesto mundial fortalece a luta contra o feminicídio, o machismo, a desigualdade, toda violência contra a mulher, a exploração das mulheres no trabalho e na economia, e a desumanização feminina. O objetivo é que todos os ambientes de trabalho fiquem sem a presença do sexo feminino.
No Brasil, além das bandeiras históricas, como a luta pelo fim da violência contra a mulher, a igualdade salarial e o direito ao aborto, o Dia Internacional da Mulher também será marcado pela resistência contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, em mais de 30 cidades. Pela nova regra, caso seja aprovada, as mulheres vão perder o direito de se aposentar mais cedo e terão que trabalhar 49 anos para garantir a aposentadoria integral. Hoje, as mulheres podem se aposentar com 30 anos de contribuição ou ao completar a idade mínima de 60 anos, enquanto que os homens precisam contribuir 35 anos ou ter 65 anos.
Além disso, a Reforma da Previdência torna ainda mais aguda a realidade de discriminação salarial. As mulheres inseridas no mercado formal de trabalho têm renda mensal, em média, que corresponde a 75% da renda masculina. No mercado informal de trabalho o cenário é ainda mais drástico: a renda das mulheres é de 65% da dos homens. A mulher tem renda menor, trabalha mais e terá mais dificuldades de se aposentar!
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014, 88% das mulheres ocupadas com mais de 16 anos realizam trabalhos domésticos, enquanto que, em relação aos homens, a estatística é de 46%. As mulheres trabalham, de modo não remunerado, mais que o dobro dos homens quando os dados são medidos pela jornada semanal média: 20,6 horas por semana lavando, passando, limpando, cozinhando, cuidando de filhos, enquanto a população masculina gasta 9,8 horas em média para as mesmas tarefas. A soma da jornada de trabalho pago com a jornada de trabalho não pago entre as mulheres é de 56,4 horas por semana; ao mesmo tempo, a dos homens é aproximadamente cinco horas menor.
Greve Internacional de Mulheres
Grupos feministas de 40 países, entre eles, Austrália, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, República Checa, Equador, Inglaterra, França, Alemanha, Guatemala, Honduras, Islândia, Irlanda do Norte, Irlanda, Israel, Itália, México, Nicarágua, Peru, Polônia, Rússia, El Salvador, Escócia, Coreia do Sul, Suécia, Togo, Turquia, Uruguai e EUA confirmaram adesão ao protesto internacional que tem o objetivo de deixar escritórios, lojas, fábricas ou qualquer trabalho sem a presença do sexo feminino para protestar contra as desigualdades de gênero e a violência machista. No Brasil, cerca de 30 cidades já aderiram ao movimento.
O protesto internacional é inspirado no Dia Livre das Mulheres islandesas de 1975, quando 90% das cidadãs deixaram seus postos de trabalho em 24 de outubro desse ano para protagonizar uma grande manifestação nas ruas do país e marcar um ponto de inflexão na luta pela igualdade de direitos. (Com informações: Portal Esquerda Online, Rede Brasil Atual)
Fonte: CNPL