Até o século XIX, qualquer procedimento invasivo era extremamente complicado. Além de não haver anestesia eficiente até 1831, os médicos não conheciam o conceito ou técnicas de assepsia. Apesar de parecer óbvio atualmente, a ideia de lavar as mãos e esterilizar equipamentos para impedir que micróbios entrassem em contato com o paciente não era conhecida. Era comum fazer cirurgias sem higienizar as mãos, causando infecções muito mais graves do que a patologia que levou ao procedimento em primeiro lugar.
Somente em 1847 que o médico húngaro Ignaz Philipp Semmelweis descobriu a importância da assepsia no controle as infecções hospitalares. Depois de muito questionar o porquê de tantas mortes por febre puerperal na unidade em que atendia, Semmelweis realizou um estudo sobre as mortes desde a fundação da maternidade, aberta 63 anos antes. Várias teorias foram levantadas para descobrir a causa da morte e nenhuma teve sucesso.
Foi quando um amigo e colega de Semmelweis morreu que ele percebeu a verdadeira causa da morte e desenvolveu a teoria: os médicos poderiam estar trazendo partículas que causam a febre puerperal para o paciente através de suas mãos. Naquele momento, tudo ficou claro para o médico. A mortalidade dos recém-nascidos acontecia em função de uma contaminação intra uterina, através do sangue materno infectado por partículas cadavéricas adquiridas durante os exames ginecológicos.
Isso ocorria porque os médicos e enfermeiros trabalhavam em diversas alas, inclusive em autópsias. Os profissionais muitas vezes tinham contato com cadáveres e depois atendiam a população sem a higiene adequada. Após a descoberta, Semmelweis desenvolveu um projeto com medidas básicas de assepsia para o atendimento médico e comprovou a eficácia da hipótese. Como proposta, ele pediu o isolamento de alguns casos, higienização das mãos e o fervimento dos instrumentos de exames e cirurgias.
Atualmente, todo instrumento médico é esterilizado e muitos são descartáveis para que diferentes pacientes não utilizem a mesma ferramenta. Hospitais e, principalmente, salas cirúrgicas, passam por um rígido processo de higienização. Profissionais da saúde devem usar roupas adequadas – seja jaleco ou roupa cirúrgica – máscara e luvas para proteger o paciente e a si mesmo de possíveis infecções.
Fonte: Simers