Com condutas intimidadoras que podem ser enquadradas como assédio e abuso de autoridade, o prefeito de Garulhos, Gustavo Henric Costa (Guti), o secretário de saúde, Roberto Lago, e o vereador, Eduardo Barreto, constrangeram profissionais que atuam no Pronto Atendimento (PA) Maria Dirce, na última sexta-feira, dia 10. O objetivo da ação era fiscalizar a as causas da falta de atendimento de casos não caracterizados como urgência e emergência no serviço, mas o que acabaram fazendo foi constranger publicamente uma funcionária e uma médica da unidade, inclusive o vereador expôs toda a situação em seu Facebook. (Confira aqui)
Todos os funcionários do PA Maria Dirce estão com os salários do mês de janeiro atrasados. Além disso, os trabalhadores das empresas terceirizadas de segurança e de limpeza da unidade estão em greve, o que expõe os profissionais e a população a situações de risco a atendimento em local sujo e inseguro. “Preocupamo-nos com o cidadão que depende da assistência médica. Com o não pagamento dos profissionais, a população pode ficar desassistida”, explica Eder Gatti, presidente dos Médicos de São Paulo (Simesp).
De acordo com Gatti, é importante que o poder público fiscalize a boa execução dos serviços, mas sem constranger os funcionários. “Fiscalizar para garantir bons serviços para a população é essencial, porém, independentemente de ter sido em gestões anteriores, foi opção da prefeitura contratar uma organização social para prestar esse serviço. Deve-se cobrar essa empresa e não os funcionários como aconteceu e foi demonstrado no vídeo”.
Ainda segundo Gatti, o prefeito está querendo fugir do foco do problema de saúde no município de Guarulhos, cujo maior responsável é tanto o gestor municipal atual, quanto o prefeito anterior, Sebastião Almeida. “Quando eles acusam os médicos, estão fugindo da sua própria responsabilidade e o Simesp não admite que os médicos e demais profissionais sejam usados dessa forma”, finaliza.
Histórico
Em reunião realizada no dia 8 com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a Fundação ABC, organização social (OS) que administra as unidades, informou que a prefeitura não realizou o repasse de verbas desses serviços e por essa razão os vencimentos estariam atrasados, assim como o pagamento de fornecedores. A OS não deu estimativa de prazo para a quitação dos atrasados.
O Simesp solicitou audiência com o secretário da saúde do município, Roberto Lago, para tentar solucionar a questão. Se não houver solução para o problema, o sindicato convocará assembleia com os médicos para definir as próximas ações.
Fonte: Simesp