A depressão, doença psiquiátrica que atinge 10,4% da população brasileira, de acordo com dados de 2013 da Organização Mundial da Saúde (OMS), aparece, perigosamente, como algo ‘natural’ quando aflige a parcela mais velha da sociedade. Para o vice-presidente da Sociedade de Geriatria do Rio Grande do Sul, geriatra João Senger, é preciso observar algumas questões que levam o idoso a ter depressão.
“A primeira são os fatores internos. Com o avanço da idade acontece a diminuição dos neurotransmissores responsáveis por nos manter ativos como serotonina, adrenalina, dopamina, com isso o idoso está propício a ter mais depressão do que os jovens. É quando acontece a chamada endógena. O segundo fator são as causas externas ou exógenas. Perda de entes queridos, surgimento dos cabelos brancos, flacidez da musculatura e a diminuição da mobilidade, são algumas. Aceitá-las é a questão mais difícil do envelhecer para o ser humano”, destaca Senger.
O geriatra ressalta ainda que para o homem, com o avanço da idade, é difícil aceitar que não pode mais dirigir. “É extremamente complicado porque se ele parar muito cedo ele está adiantando a velhice e se for muito tarde pode causar acidentes devido às limitações, como perda da visão, por exemplo.” Já para as mulheres, as questões físicas são as mais importantes. “O aparecimento das rugas, geralmente, não são bem-vindas pelas idosas. Também tem a questão física. Não ter a mesma velocidade ao caminhar e ter que desviar de obstáculos são fatores levados em conta pelas mulheres”.
Os familiares devem ficar atentos e procurar ajuda médica caso o idoso apresente mudança de humor, falta de apetite, emagrecimento ou diminui a socialização passando a se isolar. “Uma característica importantíssima no idoso é que ele somatisa a depressão, passando a se queixar de dor, de problemas intestinais, tontura. Por traz disso está a depressão”, afirma Senger.
Para amenizar a doença e até mesmo evitá-la, é importante o idoso manter atividade física, a socialização e ações voluntárias. “É preciso que ele se sinta útil e tenha prazer em fazer as coisas. Ter um pet como companheiro também é recomendado. Não substitui um ser humano, mas ajuda muito na troca de amor”, finaliza Senger.
Fonte: Simers